Sua Vida Produz Fruto Verdadeiro? A Lição da Figueira Amaldiçoada por Jesus

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O que realmente define um cristão? Seriam as práticas religiosas, a frequência na igreja, ou a aparência de piedade? A Palavra de Deus nos aponta para um indicador muito mais profundo e infalível: o fruto. Em nosso recente estudo bíblico, baseado no estudo já disponível aqui no canal (A sabedoria de Jesus demonstrada além do tempo), mergulhamos em uma das analogias mais poderosas de Jesus para entender a diferença vital entre uma vida que aparenta e uma vida que verdadeiramente produz para Deus.
O apóstolo Paulo nos dá a base em Gálatas 5:22-23:
“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.” Este não é um conjunto de opções, mas um único fruto com várias características, que nasce de uma vida conectada à sua verdadeira fonte.
“Pelos Seus Frutos os Conhecereis”: Uma Verdade Universal
Assim, Jesus estabelece um princípio fundamental para o discernimento espiritual em Lucas 6:44:
“Pois cada árvore é conhecida pelas frutas que ela produz. Não é possível colher figos de espinheiros, nem colher uvas de pés de urtiga.”
Esta lógica é simples e direta: o que está no interior de uma árvore (sua natureza, sua seiva) inevitavelmente se manifestará em seu exterior (seu fruto). Da mesma forma, a natureza que governa nossa vida – seja a carnal ou a espiritual – se revelará através de nossas atitudes, palavras e ações. No entanto, Jesus usa um exemplo específico e enigmático para nos levar a um entendimento ainda mais profundo: a figueira.
O Mistério da Figueira: Um “Fruto” que Floresce para Dentro
Quando Jesus amaldiçoou a figueira, Ele não estava apenas falando de uma árvore sem figos. Ele estava revelando um princípio espiritual profundo. Diferente de outras árvores, o figo não é tecnicamente um fruto, mas uma flor invertida, uma inflorescência.
Aparência vs. Essência Espiritual
A pastora Sandra Ribeiro explicou: “É um estado de contemplação a si mesmo, porque ele floresce para dentro. Ou seja, a beleza dele fica para si mesmo.”
Essa característica única serve como uma poderosa analogia para a vida religiosa que é voltada para si mesma. É uma vida que pode ter a aparência externa de “frutífera”, mas cuja beleza e energia estão voltadas para o próprio eu, para a autojustificação, e não para glorificar a Deus. Essa é a essência do humanismo religioso, que tenta cobrir sua própria vergonha, assim como Adão e Eva fizeram.
A Primeira Tentativa de se Cobrir
A primeira vez que a folha de figueira aparece na Bíblia é em Gênesis, quando Adão e Eva, após pecarem, “coseram folhas de figueira e fizeram para si aventais” (Gênesis 3:7). Foi uma tentativa humana de cobrir a nudez e a vergonha espiritual. Mas não funcionou. Eles continuaram com vergonha diante de Deus. A solução humana, simbolizada pela figueira, é sempre insuficiente.
A Revelação Chocante: O Verdadeiro Alimento da Serpente
Aqui, o estudo atinge seu ponto mais revelador. Quando Deus confronta a serpente, Ele declara uma maldição em Gênesis 3:14:
“rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida.”
Mas o que é esse “pó”? A resposta está na sentença dada ao próprio homem, versículos depois, em Gênesis 3:19:
“…até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó, e ao pó tornarás.”
A conexão é direta e assustadora: o alimento de Satanás é a natureza humana caída. A humanidade, em seu estado de pecado e mortalidade (“pó”), tornou-se o sustento do inimigo. Como explicado no estudo, Satanás, a “antiga serpente” (Apocalipse 12:9), tem o poder da morte (Hebreus 2:14) e se alimenta da destruição gerada pelo pecado na vida do homem. Viver na carne, produzindo as obras da carne, é, em essência, tornar-se alimento para o inimigo.
A Solução Divina: A Videira Verdadeira Contra a Figueira Estéril
Logo, se a figueira simboliza a tentativa humana e a natureza caída, o Senhor Jesus Cristo se apresenta como a solução divina. Ele não nos oferece mais folhas para nos cobrir, mas uma natureza inteiramente nova.
Jesus declara em João 15:5:
“Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma.”
A videira produz um fruto verdadeiro, que não floresce para dentro, mas para fora, para alimentar, alegrar e, principalmente, glorificar o Agricultor, que é o Pai. Ao estarmos em Cristo Jesus, nossa natureza não é mais a do “pó”, destinada à destruição e a ser alimento da serpente. Somos feitos participantes de uma semente incorruptível, e o Fruto do Espírito começa a brotar em nós, não por nosso esforço, mas pela vida d’Ele em nós.
É por isso que Jesus, ao tomar sobre si a nossa condição humana (“carne e sangue”), pôde, “por sua morte, derrotar aquele que tem o poder da morte, isto é, o diabo” (Hebreus 2:14). Ele entrou em nosso território de “pó” para nos dar uma nova vida que o pó não pode tocar.
Conclusão: Qual Fruto Sua Vida Produz?
Este estudo nos chama a uma autoanálise honesta. Nossa vida tem sido como a figueira, com uma aparência de religiosidade, mas focada em nós mesmos e, no fim, estéril para Deus? Ou estamos verdadeiramente conectados a Cristo Jesus, a Videira, permitindo que a Sua vida flua através de nós e produza o genuíno Fruto do Espírito?
Que possamos abandonar toda tentativa de nos cobrirmos com nossas próprias “folhas de figueira” e nos agarrarmos firmemente ao Senhor Jesus Cristo. Somente n’Ele deixamos de ser “pó” e nos tornamos filhos de Deus, cujas vidas produzem frutos que permanecem para a eternidade, para a glória do Pai.