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Introdução: Mergulhando na Verdadeira Liberdade em Cristo

Na jornada da fé, compreender a natureza da liberdade que temos em Jesus Cristo é fundamental. No estudo “Imersos no Espírito”, a Pastora Sandra Ribeiro, da Deus e Nós Igreja Online, nos conduziu por uma profunda análise de Gálatas 5:12-13, revelando não apenas o que essa liberdade significa, mas também como o inimigo tenta distorcê-la através de uma “base de comandos” sutil, conhecida no grego como “aphorme”.

O apóstolo Paulo escreve aos Gálatas com fervor, combatendo ensinamentos que desviavam os crentes da pura graça de Cristo. Ele declara:

“Oxalá que fossem além das circuncisões que vos inquietam. Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis a liberdade para dar ocasião [aphorme] à carne; mas, num espírito de amor, sede servos uns dos outros.” (Gálatas 5:12-13, com base na TB e NVT, e com destaque para o termo grego).

Este trecho serve como pilar para entendermos que nossa liberdade não é uma licença para o pecado, mas um chamado para uma vida de serviço e amor, guiada pelo Espírito Santo.

O Alerta de Paulo: Contra a Perturbação e a Falsa Segurança na Carne

No versículo 12, Paulo usa uma linguagem forte (“Oxalá que fossem além das circuncisões” ou, como outras versões traduzem, “Quem dera se castrassem aqueles que vos estão perturbando”). Isso reflete sua indignação contra aqueles que insistiam na circuncisão como necessária para a salvação, colocando um fardo legalista sobre os crentes e minando a suficiência da obra de Cristo.

A Pastora Sandra Ribeiro enfatizou que “não é um membro do corpo físico humano que vai determinar o que está dentro do coração. O que está dentro do coração, as intenções, os desejos, a incitação é que vai determinar o que está sendo alimentado ali.“

Liberdade para Servir, Não para a Natureza Humana

O versículo 13 é o cerne: “Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade”. Essa liberdade, no entanto, vem com uma advertência crucial: “não useis a liberdade para dar ocasião à carne”. A palavra grega para “ocasião” aqui é aphorme. Esta liberdade é para, “num espírito de amor, serdes servos uns dos outros”.

Como explicado no estudo, “Deus não fica perseguindo ninguém para poder tacar um raio na cabeça… Ele já puniu todo o pecado no corpo de Cristo. Mas é a questão da semeadura, do plantio e da colheita.” Se usarmos nossa liberdade para satisfazer os desejos da carne, estamos plantando em um terreno que produz morte e corrupção.

“Aphorme”: A Base de Operações do Inimigo Desmascarada

Um dos pontos centrais do estudo foi a exploração do termo grego aphorme (ἀφορμή), que significa “ocasião”, “pretexto”, “ponto de partida” ou, como a Pastora destacou, uma “base de operações”. O inimigo utiliza essa “aphorme” para nos tentar e nos levar ao pecado.

A Pastora Sandra Ribeiro explicou, analisando Romanos 7:8 e 11:

• “Mas o pecado, tomando ocasião [aphorme] pelo mandamento, despertou em mim toda sorte de concupiscência…” (Romanos 7:8)
• “Porque o pecado, prevalecendo-se do mandamento, pelo mesmo mandamento me enganou e me matou.” (Romanos 7:11)

“Veja, como base de operações,” disse a pastora, “‘o que [o pecado usou]? O mandamento. Para ele se mostrar terrível como ele é, enganoso, astuto, ele pegou o mandamento ‘não coma’… Ele pegou esse mandamento, essa direção de Deus, como base de operações, para fazer exatamente despertar neles o que eles não tinham… a cobiça.‘”

Como a “Aphorme” Opera em Nossas Vidas

O estudo demonstrou que a “aphorme” não é apenas um conceito teórico, mas uma realidade espiritual. O inimigo toma algo bom e santo (como a Lei de Deus, ou até mesmo a nossa liberdade em Cristo) e o usa como um “pretexto” ou “ponto de partida” para incitar a nossa natureza carnal.

Outras ocorrências de “aphorme” foram exploradas para ilustrar seu uso:

• 2 Coríntios 5:12: Paulo dá “ensejo” (aphorme) para que os crentes se gloriem por sua causa, contra os que se gloriam na aparência.
• 2 Coríntios 11:12: Paulo corta “ocasião” (aphorme) àqueles falsos apóstolos que buscavam se igualar a ele.
• 1 Timóteo 5:14: Paulo instrui para que as viúvas mais novas não deem ao adversário “ocasião” (aphorme) favorável de maledicência.

A mensagem é clara: devemos estar vigilantes para não fornecer ao inimigo uma “base de operações” em nossas vidas, seja através de uma interpretação errada da liberdade, da busca por aparências ou de comportamentos que abram portas para a crítica e o pecado.

Vivendo na Verdadeira Liberdade do Espírito

Então, como viver essa liberdade em Cristo sem cair nas armadilhas da “aphorme”?

1. Escolha Consciente: “Percebe que é uma escolha? Então, se eu escolho servir ao pecado… pois eu também não posso reclamar se eu colher aquilo que é próprio do pecado.” Devemos escolher diariamente o partido de Cristo.
2. Alimentar o Espírito: “A gente precisa da ajuda do Espírito Santo, por meio da palavra d’Ele, que é o alimento que o Espírito Santo precisa para que essa luz da semente divina que há em nós possa se propagar.“
3. Conhecer a Verdade: “É necessário conhecer a verdade para que a gente seja completamente livre e isso dura por toda a nossa vida.” A Palavra de Deus é nosso norte.
4. Transformação Interna, Não Aparência: “A transformação que o Espírito Santo faz no nosso coração, ele se transfigura na nossa aparência… ela não vê mais aquele sofisma de que precisa daquelas coisas para ela poder se sentir viva.” A verdadeira mudança vem de dentro para fora.
5. Resistir à Inversão de Valores: O estudo abordou como o mundo tenta inverter os papéis e valores divinos, mas a Palavra de Deus nos orienta a manter cada coisa em seu devido lugar, evitando fardos desnecessários e a desordem.

Conclusão: Firmes na Liberdade para Servir

O estudo sobre Gálatas 5 e o conceito de “aphorme” é um chamado poderoso à vigilância e à maturidade espiritual. A liberdade que Cristo nos conquistou na cruz não é um convite à autossatisfação carnal, mas uma capacitação divina para servirmos uns aos outros em amor, guiados e fortalecidos pelo Espírito Santo.

Que possamos, como Igreja de Cristo, identificar e rejeitar as “bases de operações” que o inimigo tenta estabelecer, e viver plenamente a liberdade que nos leva a glorificar a Deus em tudo o que fazemos, por meio do nosso Senhor Jesus Cristo.

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