Como Desenvolver a Natureza Divina: O Fruto do Espírito e a Fé

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Muitos cristãos se perguntam por que sua fé parece inativa, sem o poder transformador que a Bíblia promete. Sentimo-nos estagnados, lutando para produzir frutos duradouros. A resposta para essa inquietação não está em mais esforço humano, mas em compreender como cooperar com o Espírito Santo para desenvolver a própria natureza de Deus em nós.
Neste estudo bíblico conduzido pela Pastora Sandra Ribeiro e o irmão Vinícius, mergulhamos nas cartas de Pedro e João para descobrir o roteiro divino para uma fé que não apenas crê, mas age, transforma e glorifica a Deus.
A Base de Tudo: O Amor e a Paz que Procedem de Cristo Jesus
Antes de construirmos qualquer coisa, precisamos de um alicerce sólido. O ponto de partida é o Fruto do Espírito, conforme descrito em Gálatas 5:22:
“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade”. Esse fruto não é algo que fabricamos, mas o resultado da vida de Deus em nós.
O apóstolo Pedro nos dá uma aplicação prática desse fruto em 1 Pedro 5:14, quando diz: “Saudai-vos uns aos outros com ósculo de amor”. Como o irmão Vinícius explica, este “ósculo” (filema) não se refere a um beijo íntimo, mas a um cumprimento de afeição fraterna, um sinal visível do amor (ágape) que une o corpo de Cristo. Essa expressão de amor está diretamente ligada à paz que só é possível para “todos vós que vos achais em Cristo”. Sem o Espírito, que testifica ao nosso coração que temos paz com Deus, essa tranquilidade é inalcançável.
A Escada da Fé: Um Roteiro Prático para o Crescimento Espiritual
Em 2 Pedro, capítulo 1, encontramos um dos guias mais claros da Bíblia para o amadurecimento cristão. Pedro nos ensina que a fé é o primeiro degrau, mas não o único. Somos chamados a uma construção diligente, associando um elemento ao outro em uma jornada de crescimento contínuo.
Da Fé à Virtude e ao Conhecimento
Começamos com a fé, mas devemos associar a ela a virtude (arete). A professora Sandra Ribeiro destaca que essa palavra remete à maturidade e à força de um “varão”, indicando uma conduta robusta. “São as obras, praticar as obras provenientes da fé”. Em seguida, com a virtude, adicionamos o conhecimento (gnosis), que não é uma mera informação intelectual, mas um conhecimento profundo e transformador de Deus e de Sua justiça.
Do Conhecimento ao Domínio Próprio e à Perseverança
Com o conhecimento, vem o domínio próprio, um fruto essencial do Espírito que nos capacita a controlar os impulsos da carne. A este, juntamos a perseverança (hupomone), a característica daquele que não desiste diante das provações e se mantém leal a Deus, superando a obstinação e a teimosia de querer fazer as coisas do nosso próprio jeito.
Da Perseverança à Piedade, Fraternidade e Amor
A jornada culmina na piedade (eusebeia), uma reverência a Deus que nasce do amor, não do medo. Com a piedade, desenvolvemos a fraternidade (philadelphia), o amor dedicado aos irmãos na fé. E, finalmente, tudo isso é coroado pelo amor (ágape), o amor incondicional de Deus.
O resultado dessa construção é poderoso:
“Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Pedro 1:8).
O Teste da Verdadeira Fé: Onde Está o Seu Coração?
O apóstolo João, em sua primeira carta, nos oferece um teste decisivo para sabermos se realmente conhecemos a Deus e se o Seu amor está em nós. A prova não está em sentimentos ou declarações, mas em nossa conduta.
Em 1 João 2:4-5, ele é direto: “Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus”.
Guardar a Palavra significa permitir que o Espírito Santo a aplique em nossa alma diariamente, sem resistência.
João continua com uma advertência crucial em 1 João 2:15: “Não ameis o mundo, nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele”.
Conforme ressaltado no estudo, não é possível servir a dois senhores. Se as nossas prioridades, pensamentos e a intenção do nosso coração estão voltados para as coisas terrenas em vez do Reino de Deus, o amor do Pai não pode ocupar o primeiro lugar. É por isso que o espírito do adversário é chamado de “anticristo”, pois ele se opõe diretamente ao Senhor Jesus Cristo, o único caminho que nos reconecta ao Deus verdadeiro.
Amor em Ação: O Testemunho Final do Seu Coração
Finalmente, a maior evidência da natureza divina em nós é o amor colocado em prática. Não se trata de uma emoção abstrata, mas de uma ação concreta e sacrificial.
Em 1 João 3:16-17, lemos:
“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo e vir a seu irmão padecer necessidade e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?”
A pastora Sandra nos lembra do Jovem Rico, que, apesar de cumprir a lei, “fechou o seu coração” quando confrontado com a necessidade de abrir mão de suas riquezas. Ele amava mais o mundo do que a Deus. Em contraste, temos a figura do Bom Samaritano, que viu a necessidade e agiu. O amor (ágape) que recebemos de Deus nos compele a agir da mesma forma. Ter “recursos” não significa apenas dinheiro, mas também tempo, compaixão, misericórdia e a disposição para suprir a necessidade que se apresenta diante de nós.
Desenvolver a natureza divina é uma jornada diária de rendição ao Espírito Santo, edificando nossa fé com virtudes divinas, guardando os mandamentos por amor e demonstrando esse amor em ações práticas. É assim que deixamos de ser cristãos inativos e nos tornamos verdadeiramente frutíferos do/no Espírito.