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Em um mundo cada vez mais ruidoso e caótico, a busca pela paz se tornou uma necessidade urgente para a alma. Mas de que paz estamos falando? Seria a mera ausência de conflitos, uma tranquilidade passageira que depende das circunstâncias? Em nosso recente estudo bíblico, conduzido pela Pastora Sandra Ribeiro e pelo irmão Vinícius, com a participação do amado irmão Isaque, mergulhamos nas Escrituras para desvendar a natureza da verdadeira paz – a Eirene de Deus, um dos preciosos gomos do Fruto do Espírito mencionado em Gálatas 5:22.

Descobrimos que essa paz não é algo que encontramos, mas algo que cultivamos. É um estado espiritual que nos permite não apenas suportar as tempestades da vida, mas florescer em meio a elas.

O Segredo da Colheita: Semeando no Terreno da Paz

O ponto de partida da nossa jornada foi uma verdade contra-intuitiva revelada pelo apóstolo Tiago:

Tiago 3:18 (NVI): “O fruto da justiça semeia-se em paz para os pacificadores.”

Frequentemente, pensamos que a paz é o resultado de uma vida justa. No entanto, a Palavra nos ensina que a paz é o ambiente, o solo fértil onde a semente da justiça de Deus pode germinar. O apóstolo Paulo aprofunda essa ideia em Romanos 6, explicando a diferença radical entre ser um escravo do pecado e um “escravo da justiça”. Quando operamos pela nossa própria força, na natureza carnal, plantamos sementes de morte e confusão. Mas quando nos rendemos ao Espírito, nos tornamos servos do Senhor Jesus Cristo, e o fruto que colhemos leva à santidade e à vida eterna.

Como foi sabiamente colocado durante o estudo: “O plantio é livre, mas a colheita não. A colheita é obrigatória”. A escolha da semente hoje determina o fruto de amanhã. E a semente da justiça só floresce em um coração que cultiva a paz de Cristo.

ALERTA: As duas sabedorias que governam

Para cultivar essa paz, precisamos de um discernimento aguçado, pois existem duas fontes de sabedoria radicalmente opostas competindo por nossa atenção. Tiago as descreve de forma clara, nos dando um guia para identificar a origem dos pensamentos e atitudes que permeiam nossa mente.

A Sabedoria Terrena, Animal e Demoníaca

Tiago 3:14-16 (NVI): “Contudo, se vocês abrigam no coração inveja amarga e ambição egoísta, não se gloriem disso nem neguem a verdade. Esse tipo de ‘sabedoria’ não vem do alto, mas é terrena, não espiritual e demoníaca. Pois onde há inveja e ambição egoísta, aí há confusão e toda espécie de males.”

Essa é a sabedoria do mundo. É “terrena” porque se baseia nos padrões e valores humanos. É “animal” (do grego psiquikos), pois pertence à alma, à psique, e não ao Espírito. E, em última análise, é “demoníaca”, pois sua fonte de inspiração são os guias das trevas que promovem divisão, orgulho e confusão, afastando o homem de Deus. Ela pode até parecer boa, humanamente, mas seus frutos são sempre amargos.

A Sabedoria Pura que Vem do Alto

Em contraste direto, a Sabedoria divina é a chave para a verdadeira paz.

Tiago 3:17 (NVI): “Mas a sabedoria que vem do alto é antes de tudo pura; depois, pacífica, amável, compreensiva, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sincera.”

Esta Sabedoria não é uma mistura do bem e do mal; ela é pura. Ela não busca conflitos; ela é pacífica. Ela não é arrogante, mas amável e tratável. Quando vivemos sob a influência desta sabedoria, o resultado natural é a paz com Deus e a manifestação dos bons frutos do Espírito em nossa vida.

A Chave para Multiplicar a Graça e a Paz: O Pleno Conhecimento

Se a paz é tão vital, como podemos tê-la em abundância? O apóstolo Pedro nos entrega a chave:

2 Pedro 1:2 (NVI): “Graça e paz lhes sejam multiplicadas, pelo pleno conhecimento de Deus e de Jesus, o nosso Senhor.”

A palavra grega para “pleno conhecimento” é Epignosis, que significa um conhecimento preciso, correto e íntimo. Não se trata de um saber intelectual, mas de uma revelação que transforma. Como a Pastora Sandra enfatizou, “sem o conhecimento da verdade, a gente verdadeiramente não pode ser livre”. E essa verdade é uma pessoa: Jesus Cristo. É somente através do conhecimento íntimo de Jesus e de seu Evangelho que podemos verdadeiramente conhecer o Pai e permitir que Sua graça e paz transbordem em nós.

Celebrando a Fonte da Nossa Paz: A Ceia do Senhor Jesus Cristo

O estudo culminou na celebração da Santa Ceia do Senhor Jesus, o ato que nos reconecta visivelmente à fonte de toda paz e justiça. Ao participarmos do pão, lembramo-nos do corpo de Cristo, que foi moído por nossas transgressões, trazendo-nos cura e saúde. Ao bebermos do cálice, celebramos o sangue da Nova Aliança, que nos purifica de todo pecado, nos perdoa e nos declara justos diante de Deus.

É um momento poderoso de comunhão, onde recebemos vida, reafirmamos nossa identidade no Senhor Jesus Cristo e nos fortalecemos para continuar semeando em paz, não importa o caos ao nosso redor.