Fontes sem água, figueira sem figos

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“Tendo os olhos cheios de adultério, nunca param de pecar, iludem os instáveis e têm o coração exercitado na ganância. Malditos! Esses homens são fontes sem água e névoas impelidas pela tempestade. A escuridão das trevas lhes está reservada,”
2 Pedro 2:14,17
Pedro aprendeu com o Senhor Jesus a fazer a separação entre a luz e as trevas e a exercer sua fé com autoridade como um verdadeiro filho da luz. Mas nem sempre foi assim, se prestarmos atenção no relato dos evangelhos, enquanto ele estava na plena condição humana, ou seja, antes de nascer do alto, era impetuoso, porém, sincero.
Negou Jesus por três vezes, conforme o Senhor previu, e isso foi registrado para mostrar a todos que desejam buscar o conhecimento da verdade na fonte, qual é a real condição da natureza humana. Como o próprio Pedro retratou acima, “névoas impelidas pela tempestade”, em outras palavras, um mero vapor obscurecido e passageiro, empurrado por ventos violentos. Podemos dizer isso de outra forma, uma alma inchada de orgulho pelas coisas dessa vida que é sustentada por um sopro, cujo espírito das trevas é o guia.
Quando age com suposta compaixão, não passa de comiseração, pois o motivo é deturpado pelo amor egoísta. Exemplo clássico do mesmo personagem em questão, se deu na ocasião que Pedro respondeu de pronto à pergunta do Senhor acerca de quem eles diziam que Ele era:
“Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Respondeu Jesus: “Feliz é você, Simão, filho de Jonas! Porque isto não foi revelado a você por carne ou sangue, mas por meu Pai que está nos céus. E eu digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não poderão vencê-la. Eu darei a você as chaves do Reino dos céus; o que você ligar na terra terá sido ligado nos céus, e o que você desligar na terra terá sido desligado nos céus”.”
Mateus 16:16-19
No momento seguinte a Bíblia relata:
“Desde aquele momento Jesus começou a explicar aos seus discípulos que era necessário que ele fosse para Jerusalém e sofresse muitas coisas nas mãos dos líderes religiosos, dos chefes dos sacerdotes e dos mestres da lei, e fosse morto e ressuscitasse no terceiro dia. Então Pedro, chamando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: “Nunca, Senhor! Isso nunca te acontecerá!” Jesus virou-se e disse a Pedro: “Para trás de mim, Satanás! Você é uma pedra de tropeço para mim, e não pensa nas coisas de Deus, mas nas dos homens”.”
Mateus 16:21-23
Agora, veja, em um instante Pedro está lá em cima, no momento seguinte, cai vertiginosamente; recebe uma revelação fantástica do próprio Deus e uma linda promessa de Cristo que, certamente deve tê-lo deixado muitíssimo feliz, mas também cheio de si mesmo. Satanás vendo aquilo pôde utilizar em seu favor. Sabemos que uma delegação de poder para algumas pessoas pode ser o princípio da sua queda. Satanás sabe muito bem o que é isso; projeta e fomenta isso no mundo, através da cobiça.
Em contrapartida, o Espírito procedente de Deus sonda todas as coisas (1Co 2:10), identificou quem estava usando a boca do Seu aprendiz para esse intento, contrário à vontade de Deus Pai. Então, Jesus mandou que Satanás fosse para trás dele, de modo que Jesus ficasse entre Pedro e o maligno, ou seja, atrás dele estavam as obras das trevas e adiante dele, as suas. Jesus escolhia precisamente as suas palavras para que Satanás não tivesse vantagem sobre Ele e os seus. Se Jesus dissesse da outra forma possível: “Sai da minha frente, Satanás!” Estaria atribuindo vantagem dizendo que o maligno estava na frente d’Ele, e isso não é possível, pois Deus faz todas as coisas de antemão, pois conhece todas as coisas e nada em toda a criação está oculto diante dos Seus olhos (Hb 4:13).
Dessa forma, Pedro aprendeu a usar as palavras, de vida e de morte, adequadamente. Um exemplo desse aprendizado se deu também nos dias de sua caminhada como discípulo de Jesus: “De manhã, ao passarem, viram a figueira seca desde as raízes. Pedro, lembrando-se, disse a Jesus: “Mestre! Vê! A figueira que amaldiçoaste secou!”” Mc 11:20-21.
Jesus não julgava por padrões humanos ou pela aparência externa (Jo 8:15 e 2Co 5:16), porque ele sabia o que estava no homem (Jo 2:25). Assim era com todas as coisas que ele discernia perfeitamente entre o bem e o mal. E dessa maneira, Pedro, agora apóstolo (enviado, mensageiro, ministro) de Cristo, também.
Aprendeu a ver e agir no Espírito, condicionando a sua alma a sujeitar seu corpo, a uma vida em obediência à Deus. Recebeu o Filho, o Reino em si, tornou-se nova criação, deixando as coisas velhas para trás para viver a nova vida, dos novos nascidos (2Co 5:17).
E que diferença incrível isso fez para esse homem simples, um pescador que recebeu com verdadeira e sincera gratidão, o presente de Deus aos homens. À saber, o Espírito (espírito do homem dado por Cristo que é o Espírito do Filho e o Espírito do Pai), a vida eterna!