HORMAO: Pela FORÇA e pela VIOLÊNCIA | GÁLATAS 5 | IMERSOS NO ESPÍRITO

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A Liberdade em Cristo e o Alerta Contra a “Ocasião à Carne” (Gálatas 5:13)
Neste profundo estudo bíblico da série “Imersos no Espírito”, a Pastora Sandra Ribeiro e o irmão Vinícius nos conduzem por uma análise vital de Gálatas 5, versículo 13:
“Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor.”
Inicialmente, relembramos sobre a palavra grega aphorme, estudada ontem (veja aqui), traduzida como “dar ocasião”. Ela representa uma base de operações, um ponto de partida. A advertência é clara: a liberdade conquistada por Cristo Jesus não deve se tornar um pretexto para as obras da carne, para cedermos aos impulsos da nossa natureza pecaminosa.
Desvendando “Hormao”: A Precipitação Impetuosa e Seus Perigos Espirituais
Aprofundando a análise, chegamos à raiz de aphorme, o verbo hormao. Este termo significa “colocar em movimento rápido, incitar, apressar, arrojar para frente, impetuosamente, impelir”. A pastora ilustra esse conceito com passagens bíblicas cruciais:
- Mateus 8:32 (e paralelos em Marcos 5:13 e Lucas 8:33): “E ele lhes disse: Ide. E, saindo eles, entraram na manada de porcos; e eis que toda aquela manada de porcos se precipitou [hormao] pelo despenhadeiro no mar, e morreram nas águas.”
- Explicação: Aqui, vemos a ação autodestrutiva e impetuosa dos demônios, que, ao receberem permissão, levam a manada de porcos à destruição. Isso nos alerta para a natureza do inimigo, que busca a precipitação e a ruína. A pastora Sandra Ribeiro e o irmão Vinícius destacam que, para Jesus, o valor das almas humanas é infinitamente superior a qualquer prejuízo material, como a perda dos porcos, pois a Salvação é para os seres humanos, que têm consciência e pecam, e não para os animais irracionais. O Espírito Santo trabalha em nós para nos guardar dessa precipitação carnal que leva à autodestruição.
- Atos 7:57: “Mas eles gritaram com grande voz, taparam os seus ouvidos, e unânimes arremeteram [hormao] contra ele [Estêvão].”
- Explicação: No relato do martírio de Estêvão, aqueles que o acusavam, mesmo sendo conhecedores da Lei (que inclui “não matarás”), taparam os ouvidos à verdade pregada e, movidos por uma fúria impetuosa, arremeteram contra ele para apedrejá-lo. “Fizeram a mesma coisa que os porcos fizeram”, comenta a pastora, mostrando como homens religiosos, quando dominados pela cegueira espiritual e pela influência demoníaca, podem agir de forma irracional e violenta, desprezando a própria Lei que diziam defender, semelhantes à porcos.
- Atos 19:29: “E encheu-se de confusão toda a cidade e, unânimes, arremeteram [hormao] para o teatro, arrebatando a Gaio e a Aristarco, macedônios, companheiros de Paulo na viagem.”
- Explicação: No tumulto em Éfeso, provocado por aqueles cujos interesses foram ameaçados pelo Evangelho, vemos novamente a ação de hormao. A multidão, em confusão e fúria, age com violência, arrebatando os companheiros de Paulo. Isso demonstra a disposição da natureza pecaminosa, guiada pelo espírito das trevas, em efetuar o ódio e a destruição.
A Justiça Divina, o Propósito da Lei e a Soberania de Deus no Tempo (Kairos)
O estudo avança para uma reflexão sobre a complexidade da justiça de Deus, especialmente em face de aparentes contradições no Antigo Testamento, como as ordens divinas para aniquilar nações. A pastora esclarece que:
- O pecado é rebelião contra Deus (anomia) e teve origem em Satanás. A Lei foi dada não para que o homem se justificasse por ela, mas para revelar a incapacidade humana de cumpri-la perfeitamente e, assim, apontar para a necessidade de um Salvador.
- Deus, em Sua presciência e justiça, por vezes permitiu a destruição de povos que serviam ao diabo e desencaminhavam Seu povo escolhido, visando preservar a linhagem pela qual viria o Messias. Essas almas, mesmo mortas, tiveram a oportunidade de salvação através da obra de Cristo quando Ele desceu ao Hades. “É melhor que essas almas tenham a vida eterna do que viver por um curto período de tempo nesse mundo simplesmente para passar a eternidade sofrendo nas mãos de Satanás.”
- O conceito de Kairos (tempo oportuno de Deus): Deus opera em “épocas” e “tempos” específicos, preenchendo medidas e propósitos. O sofrimento da Igreja Primitiva, por exemplo, embora terrível, cumpriu um propósito divino e foi um tempo encurtado. O período subsequente, de maior engano e aplacamento do poder do Espírito na Igreja, foi mais longo, mas ainda assim o Espírito Santo continuou e continua salvando e fazendo discípulos.
A Luta Contra as Trevas e a Estratégia do “Ninguém”
Vivemos sob o domínio de principados e potestades, como descrito em Efésios 6. Satanás e seus demônios buscam abafar a luz do Evangelho. Uma de suas estratégias é se apresentar como “ninguém” (oudeis, no grego), incitando o orgulho no homem para que este se veja como seu próprio deus, assumindo a culpa e se afastando do verdadeiro Deus.
No entanto, a misericórdia do Pai é extraordinária. Assim como há limites para o mar, há limites para a ação do maligno. O que ele fez no passado com a Igreja Primitiva preencheu uma “medida”, e hoje, os tesouros espirituais conquistados por eles estão disponíveis para nós, seus filhos.
O Chamado à Maturidade e a Herança Eterna no Novo Testamento
O apóstolo Paulo fala em Colossenses sobre cumprir em sua carne “o que resta das aflições de Cristo”. Isso se refere a processos e leis espirituais que precisam ser cumpridos para que outros propósitos de Deus se manifestem.
Somos herdeiros de todas as coisas em Cristo, mas, como uma criança que, mesmo sendo herdeira, precisa atingir a maturidade para tomar posse de seus bens, também nós precisamos crescer espiritualmente. O Novo Testamento, selado pelo sangue de Jesus, é nosso testamento eterno. Seus termos são imutáveis e nos garantem uma esperança firme, não baseada em achismos, mas na Palavra d’Aquele que é Fiel.
“Mesmo que seja criança, ou enfim, mas já tenha crescido um pouquinho, continua sendo filho de Deus. Criança cresce, e tomara que nós possamos crescer juntos para a glória e atingirmos a maturidade pela qual nós precisamos, para que se cumpra todas as coisas.”