LIBERTOS DO JUGO: Enéchō, Zygos, Peritemnō e Nomos | GÁLATAS 5:1-2 | IMERSOS NO ESPÍRITO

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Você foi chamado para a liberdade! Essa é a poderosa declaração inicial do capítulo 5 da carta aos Gálatas, um chamado que ecoa através dos séculos para todos que creem em Cristo Jesus. Mas o que significa verdadeiramente viver nessa liberdade? E como podemos evitar cair novamente sob um jugo de escravidão? Neste estudo bíblico da série “Imersos no Espírito”, ministrado pela Pastora Sandra Ribeiro e o irmão Vinícius na Deus e Nós Igreja Online, mergulhamos fundo em Gálatas 5:1-2, explorando palavras-chave no grego original e passagens correlatas para entender a profundidade da nossa libertação e a importância de permanecer firmes nela.
O Chamado Inegociável à Liberdade (Gálatas 5:1)
O ponto de partida é claro e direto:
Gálatas 5:1 (NVI): “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão.”
A Pastora Sandra Ribeiro ressalta a importância deste versículo, comparando diversas traduções (TB, NVT, A21, VFL, ARC, ARA, BLT, BPT, OL, NBV, NTLH, A Mensagem) para captar a riqueza do texto original. A ênfase é dupla: Cristo já nos libertou para um estado de liberdade, e nosso papel é permanecer firmes nessa condição, rejeitando qualquer tentativa de retornar à escravidão. Mas que escravidão é essa? O texto nos dá duas palavras-chave: “submeter” e “jugo”.
Desvendando o ‘Jugo’ e a ‘Submissão’ (Zygos e Enéchō)
Para entender a advertência de Paulo, é crucial analisar o significado original das palavras:
O Peso do Jugo (Zygos – ζυγός)
A palavra grega para “jugo” é zygos. Como explicado no estudo, ela remete à canga colocada sobre animais de carga, simbolizando metaforicamente qualquer carga, sujeição ou escravidão. Frequentemente, no Novo Testamento, refere-se ao peso das enfadonhas leis e tradições humanas impostas, especialmente a Lei Mosaica, que se tornou um fardo insuportável (como mencionado em Atos 15:10: “…pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais puderam suportar, nem nós?”).
Jesus, no entanto, oferece um contraste poderoso em Mateus 11:29-30: “Tomai sobre vós o meu jugo (zygos) e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.” O jugo de Cristo não escraviza, mas liberta e traz descanso à alma cansada de tentar se justificar por esforço próprio.
O Perigo de se Submeter (Enéchō – ἐνέχω)
A palavra traduzida como “submeter” (ou “sujeitar”, “prender”, “emaranhar” em outras versões) é enéchō. Seu significado envolve a ideia de “ter dentro”, “reter”, “ser retido”, “emaranhar-se” ou “ser apanhado numa armadilha”. A advertência, portanto, é para não nos deixarmos enredar ou prender novamente por aquilo que nos escravizava – neste contexto, a tentativa de viver sob a Lei para obter justificação.
A Circuncisão que Realmente Importa (Peritemnō – περιτέμνω e Gálatas 5:2)
Paulo torna a questão ainda mais específica no versículo seguinte:
Gálatas 5:2 (NVI): “Ouçam bem o que eu, Paulo, lhes digo: Caso se deixem circuncidar, Cristo de nada lhes servirá.”
A circuncisão (grego: peritemnō, “cortar ao redor”) era o sinal físico da aliança dada a Abraão (Atos 7:8) e incorporada à Lei Mosaica. No entanto, alguns falsos irmãos estavam ensinando que os gentios precisavam ser circuncidados para serem salvos (Atos 15:1, 5), adicionando uma obra humana à obra perfeita de Cristo.
Como a Pastora Sandra explica, Paulo combate veementemente essa ideia, pois confiar na circuncisão física para a salvação ou santificação é negar a suficiência do sacrifício de Jesus. A verdadeira circuncisão, para o cristão, não é a remoção física do prepúcio, mas a obra interna do Espírito Santo no coração, que nos separa do pecado e nos consagra a Deus, circuncidando os desejos da carne e nos capacitando a negar a nós mesmos (Colossenses 2:11). Tentar voltar ao ritual físico era invalidar a obra de Cristo.
Lei (Nomos – νόμος) vs. Graça: Libertados para Viver!
A discussão sobre o jugo e a circuncisão está intrinsecamente ligada à questão da Lei (grego: nomos). Como abordado durante o estudo, a Lei foi dada por Deus, mas seu propósito não era justificar, e sim revelar o pecado e a incapacidade humana de cumpri-la perfeitamente (Romanos 3:20: “…ninguém será declarado justo diante dele baseando-se na obediência à lei, pois é mediante a lei que nos tornamos plenamente conscientes do pecado.”).
Aqueles que estão em Cristo foram libertos da condenação e da obrigação da Lei como meio de justificação. Vivemos agora sob a graça:
Romanos 6:14 (NVI): “Pois o pecado não os dominará, porque vocês não estão debaixo da lei, mas debaixo da graça.”
Tentar voltar a viver sob o jugo da Lei é rejeitar a liberdade e a graça que recebemos em Cristo.
A Prática da Liberdade: Andando no Fruto do Espírito
Se não estamos sob a Lei, como vivemos? A resposta está em andar pelo Espírito. A verdadeira liberdade não é licenciosidade (fazer o que a carne quer), mas a capacitação pelo Espírito Santo para viver de modo agradável a Deus. A evidência dessa vida guiada pelo Espírito é o Seu Fruto:
Gálatas 5:22-23 (NVI): “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.”
A Pastora Sandra detalhou como cada aspecto desse fruto (amor ágape, alegria independente das circunstâncias, paz que excede o entendimento, paciência nas adversidades, amabilidade no trato, bondade genuína, fidelidade a Deus, mansidão em vez de ira, e domínio sobre os desejos carnais) é produzido pelo Espírito em nós, alimentando nossa alma e nos conformando à imagem do Senhor Jesus Cristo. É o Espírito que nos capacita a viver a essência do que a Lei apontava, não por obrigação externa, mas por transformação interna, através da renovação da nossa mente pela Palavra (Mateus 4:4).
Conclusão: Permaneça Firme na Liberdade!
O estudo de Gálatas 5:1-2 é um poderoso lembrete para guardarmos a liberdade que temos no Senhor Jesus Cristo. Rejeite qualquer jugo – seja ele o legalismo, as tradições humanas ou o esforço próprio – que tente te prender novamente. Aprenda a descansar na obra consumada de Jesus e a viver na dependência do Espírito Santo, permitindo que Ele produza Seu fruto em você. Essa é a verdadeira vida cristã, uma vida de liberdade, graça e transformação contínua.