O Fruto do Espírito: O Que Realmente Significa a BONDADE (Ágatos)?

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Muitas vezes, pensamos em bondade como um sinônimo de gentileza ou de boas maneiras. Mas quando o apóstolo Paulo, em Gálatas 5:22, a lista como um gomo essencial do Fruto do Espírito, ele está apontando para algo muito mais profundo e transformador. A bondade, no original grego Agathosyne (G19, Strong), cuja raiz é Agathos (G18, Strong), não é um esforço humano, mas uma qualidade divina que brota de um coração regenerado.
Neste estudo, mergulhamos nas Escrituras para desvendar a essência dessa bondade que tem poder de nos conduzir à vida eterna, revelando como a sabedoria de Deus opera de maneiras que confundem a lógica deste mundo.
A Pergunta que Desafia a Sabedoria Humana: “Pode Sair Algo Bom de Nazaré?”
A nossa jornada começa com uma pergunta cética, registrada em João 1:46:
“Perguntou-lhe Natanael: De Nazaré pode sair alguma coisa boa (Agathos)?”
Para os judeus da época, Nazaré era uma cidade insignificante, desprezada. Ninguém esperaria que o Messias, o Salvador prometido, viesse de um lugar tão humilde.
No entanto, este era exatamente o plano de Deus. As profecias já apontavam para isso. Em Isaías 53:2-3, lemos que o Messias não teria “nenhuma beleza ou majestade que nos atraísse” e seria “desprezado e rejeitado pelos homens”. A origem de Jesus em Nazaré era o cumprimento perfeito de uma profecia velada, um plano divino para ocultar a verdade dos sábios e orgulhosos, e revelá-la aos humildes. Como foi explicado no estudo: “Deus já havia deixado escrito, através do profeta Isaías, que o Messias, o ungido de Deus, seria desprezado. E assim, Ele confunde os instruídos para manter a verdade oculta daqueles que querem manuseá-la para fins de orgulho.”
Essa “coisa boa” (Agathos) que veio de Nazaré é o próprio Jesus, a personificação da bondade divina que o mundo não conseguiu reconhecer.
Obras Vivas: O Bem que Garante a Vida Eterna
A palavra Agathos reaparece em um contexto crucial em João 5:29, onde Jesus fala sobre a ressurreição:
“os que tiverem feito o bem (Agathos) sairão para a ressurreição da vida, e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo”.
Isso significa que a salvação é por obras? De forma alguma. O texto não fala de qualquer “bem”, como a filantropia ou a moralidade humana, que muitas vezes é motivada por um questionamento egocêntrico: “O que eu ganho com isso?”. O “bem” (Agathos) que leva à vida é o resultado de uma vida transformada pelo Espírito Santo. São as obras que brotam da fé, ações que um ser humano, por sua própria natureza, não teria a capacidade ou o desejo de realizar. São os frutos visíveis de uma semente divina plantada em nós, a prova de um novo nascimento, que é pura e basta em si mesma, não exigindo necessariamente uma compensação, retribuição pelo que ela é e faz. O seu fim está em si mesma.
A Semente que Separa o Trigo do Joio
A manifestação dessa bondade divina inevitavelmente causa divisão. Em João 7:12, vemos a reação das multidões a Jesus: “Uns diziam: ‘Ele é bom (Agathos)’. Outros respondiam: ‘Não, ele engana o povo’”. A Verdade e a Bondade em pessoa expõem as intenções do coração. Assim, para aqueles que buscam a Deus, Sua palavra é luz e vida. Mas para aqueles presos ao orgulho e ao pecado, ela soa como engano ou loucura.
É por isso que é necessário que haja divisão, até mesmo dentro da igreja. Ela serve para separar o trigo do joio, para que aqueles que são verdadeiros se manifestem e se santifiquem cada vez mais, enquanto o engano é exposto. A bondade do Espírito não negocia com o mal; ela o revela e nos chama a abandoná-lo.
O Legado Eterno: Buscando Glória, Honra e Incorruptibilidade
Finalmente, o apóstolo Paulo, em Romanos 2:7, nos dá a chave para entender o objetivo dessa vida de bondade:
“Ele dará vida eterna aos que, perseverando em fazer o bem (Agathos), buscam glória, honra e incorruptibilidade”.
Portanto, a vida cristã não é uma corrida por sucesso, riqueza ou reconhecimento terreno. Essas coisas são corruptíveis. A verdadeira bondade, o Fruto do Espírito, nos impulsiona a buscar tesouros celestiais. É uma perseverança, nutrida pelo próprio Senhor Jesus Cristo, em produzir um legado que não será consumido pelo tempo. Como uma semente que germina e dá fruto segundo a sua espécie pura, nossa vida em Cristo deve produzir a bondade que reflete a natureza do nosso Criador.
A bondade de Gálatas 5:22, portanto, é a própria natureza de Deus operando em nós. Ela começa de forma humilde e desprezada pelo mundo, produz obras de valor eterno, separa a verdade da mentira e nos conduz a uma herança incorruptível.





