Três tipos de morte: Jesus Cristo, o cristão e o incrédulo | GÁLATAS 5 | IMERSOS NO ESPÍRITO

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Você já parou para pensar que, para a Bíblia, nem toda morte é igual? Em um estudo bíblico revelador, a Pastora Sandra Ribeiro e o irmão Vinícius, da Deus e Nós Igreja Online, mergulharam nas profundezas da Palavra para mostrar como a linguagem original do Novo Testamento distingue de forma precisa o fim da vida de um incrédulo, a passagem de um cristão e o sacrifício de Jesus Cristo.
A chave para entender essa verdade transformadora está em palavras gregas específicas que revelam não apenas o ato de morrer, mas o destino eterno da alma. Vamos explorar essa fascinante jornada através das Escrituras.
A Morte como Juízo: O Destino de Quem Usurpa a Glória de Deus
O estudo começa com uma análise impactante da morte do Rei Herodes, registrada em Atos 12:21-23:
“Em dia designado, Herodes, vestido de trajo real, assentado no trono, dirigiu-lhes a palavra. E o povo clamava: É voz de Deus, e não de homem. No mesmo instante, um anjo do Senhor o feriu, por ele não haver dado glória a Deus; e, comido de vermes, expirou.”
A palavra grega para “expirou” aqui é Ekpsycho (G1634, Strong). Ela é formada por “Ek” (para fora – G1537, Strong) e “psycho” (respirar, soprar, esfriar, tornar frio, ser feito frio – G5594, Strong). A pastora explica que essa palavra descreve uma morte onde a alma é simplesmente arrancada do corpo. É o fim para aqueles que, como Herodes, usurpam a glória que pertence somente a Deus. O mesmo termo é usado para Ananias e Safira (Atos 5:5, 10), que tentaram enganar o Espírito Santo.
Ekpsycho é a morte como juízo, a separação definitiva da fonte da vida. É o destino daquele que vive apenas como “alma vivente”, sem a presença regeneradora do Espírito de Deus, sem reconhecerem em momento algum que “Jesus é o Senhor”.
A Morte Redentora: A Entrega Voluntária do Filho de Deus
Quando a Bíblia descreve a morte de Jesus, a linguagem muda radicalmente. Em Lucas 23:46, lemos:
“Então, Jesus, clamando em alta voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou.”
Aqui, a palavra para “expirou” é Ekpneo (G1606, Strong). Ela também começa com “Ek” (para fora), mas a raiz é pneo (de onde vem pneuma, que é espírito; pneo é respirar, soprar – G4154, Strong; isso mostra que o tipo de respiração aqui é diferente, pois é próprio do Espírito). A diferença é monumental. Jesus não teve sua alma (psyche) arrancada; Ele voluntariamente entregou o seu Espírito (pneuma) e o Espírito entregou sua alma, uma desconexão consciente.
Como a pastora enfatizou, “o último fôlego de vida de Jesus só saiu quando Ele entregou o Espírito d’Ele”. Isso demonstra Sua soberania e divindade. Enquanto o Espírito, a fonte da vida eterna, sustentava Seu corpo, a morte não podia tocá-lo, mesmo em meio à tortura. A morte de Cristo não foi uma derrota, mas um ato de entrega e poder, onde o Espírito foi confiado ao Pai para que a nossa redenção fosse completa.
O Adormecer dos Justos: A Morte do Cristão
Se a morte do incrédulo é Ekpsycho e a de Cristo é Ekpneo, qual é a do cristão? O Novo Testamento frequentemente usa uma terceira palavra: Koimaô (G2837, Strong), que significa “adormecer”.
Aqueles que, como Estêvão (Atos 7:59-60), morreram em Cristo, também entregam seu espírito a Jesus. Para eles, a morte não é o fim trágico, mas um descanso temporário do corpo. É como dormir, aguardando o dia da ressurreição em um corpo glorioso e incorruptível. Graças ao sacrifício de Cristo, o cristão não enfrenta a morte como juízo, mas como uma passagem para a glória, onde sua alma unida ao Espírito aguarda em Deus, no Espírito, na Jerusalém celestial, a redenção dos nossos corpos correspondentes a esta domensão.
Como Viver a Nova Vida: Não Retribuindo o Mal com o Mal
Essa verdade teológica tem implicações diretas em nossa vida diária. O estudo nos leva a Romanos 12:17:
“Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens.”
Se temos o pneuma (Espírito) de Cristo, nossa resposta ao mundo não pode mais ser a da psyche (alma). Não respondemos à injustiça com vingança, mas com o caráter do Espírito. “Dar a outra face” não é ser passivo, mas apresentar a face do Espírito, quebrando o ciclo do mal com o bem, o amor e a justiça de Deus.
A União Espiritual: O Verdadeiro Significado do Casamento
Finalmente, a pregação aborda a união matrimonial sob essa mesma luz espiritual, citando Efésios 5:31:
“Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne.”
A pastora esclarece que o verdadeiro casamento, aos olhos de Deus, transcende contratos e cerimônias. É uma união de almas fundamentada no Espírito, um laço que reflete o mistério da união entre Cristo e a Igreja. É um padrão tão elevado que requer a maturidade do Espírito para ser vivido.
Conclusão: Onde sua Alma Passará a Eternidade?
Portanto a distinção entre Ekpsycho, Ekpneo e Koimaô não é mera semântica; ela define nosso destino. A pergunta que este estudo nos deixa é: quem é o Senhor da sua alma? Você vive apenas como uma psyche, sujeito à morte como juízo, ou você recebeu o pneuma, o Espírito de Cristo que garante a vida eterna e transforma sua maneira de viver?
Nossa esperança não está em nossa própria força, mas no poder do Senhor Jesus Cristo que habita em nós, aquele que venceu a morte e nos promete que, para os que creem, o fim é apenas um novo começo.