Tudo é Esterco? O Segredo de Paulo para Abandonar a Inveja e a Carnalidade

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Inveja, divisões, brigas, orgulho. Por que essas obras da carne, tão contrárias ao Evangelho, ainda se manifestam com tanta força em nossas vidas e em nossas comunidades? Muitas vezes, a resposta está em um zelo mal direcionado e em uma compreensão incompleta sobre quem Jesus realmente é para nós.
Neste estudo bíblico profundo, mergulhamos no coração da exortação do apóstolo Paulo para descobrir como abandonar uma vida de justiça própria e abraçar a verdadeira transformação que só pode ser encontrada em Cristo. A resposta pode ser radical: é preciso considerar tudo aquilo em que confiamos como “esterco” para ganhar o que realmente importa.
O Diagnóstico de Paulo: Quando a Expectativa Espiritual Encontra a Realidade Carnal
No início do nosso estudo, analisamos a preocupação do apóstolo Paulo em 2 Coríntios 12:20:
“Pois temo que, ao visitá-los, não os encontre como eu esperava, e que vocês não me encontrem como esperavam. Temo que haja entre vocês brigas, invejas, manifestações de ira, divisões, calúnias, intrigas, arrogância e desordem.”
O irmão Vinícius explica que essa divergência de expectativas acontecia por um motivo simples: “enquanto Paulo está agindo segundo o Espírito Santo, aqueles estão agindo pela carne”. Paulo desejava encontrar uma igreja madura, que produzisse o fruto do Espírito, mas temia encontrar uma comunidade presa à sua antiga natureza.
Essa realidade nos confronta: nossa comunhão tem servido para acender a chama do Espírito em nós ou para alimentar as obras da carne? O objetivo da comunhão dos santos é nos encorajar mutuamente pela fé, para que o fogo santo se propague e queime toda a palha.
A Cura Radical: Jogando Suas Credenciais no Lixo
Se a carnalidade é a doença, Paulo nos oferece a cura em Filipenses, capítulo 3. Ali, ele lista todas as suas credenciais e razões para confiar na carne:
“circuncidado no oitavo dia de vida, pertencente ao povo de Israel, à tribo de Benjamim, verdadeiro hebreu; quanto à Lei, fariseu… quanto à justiça que há na Lei, irrepreensível” (Filipenses 3:5-6).
Ele tinha todos os motivos para se orgulhar segundo os padrões do mundo e da religião. Mas, após seu encontro com Cristo Jesus, sua perspectiva mudou drasticamente:
“Mas o que para mim era lucro, passei a considerar como perda, por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor… eu as considero como esterco, para poder ganhar a Cristo” (Filipenses 3:7-8).
“Esterco”. Essa é a palavra que Paulo usa para descrever suas conquistas, seus diplomas, suas medalhas de honra e sua justiça própria. Ele entendeu que se apegar a essas coisas era se apegar ao lixo, impedindo-o de abraçar o tesouro de valor incalculável: conhecer Cristo pessoalmente.
O Engano Sutil: Jesus é seu Salvador ou seu SENHOR?
Por que é tão difícil abandonar essa justiça própria? A pastora aponta para uma “sutileza maligna” que paralisou a fé de muitos: a ideia de aceitar Jesus apenas como “Salvador”.
É maravilhoso ser salvo do inferno, mas o Evangelho exige mais. Como foi dito na pregação, “antes Dele ser o nosso Salvador, Ele deve ser o nosso Senhor”. O nome Jesus significa “o Senhor que salva”. A salvação é uma consequência do Seu Senhorio. Aceitá-lo como Salvador sem submeter-se a Ele como Senhor é querer o benefício sem o relacionamento, o presente sem o Doador. É manter a nós mesmos no trono de nossas vidas. A verdadeira vida cristã começa quando abdicamos do nosso protagonismo e declaramos com Paulo: “eu sou escravo de Cristo”, ou seja, ao declararmos com a boca porque cremeos no coração que “Jesus é o Senhor” (Romanos 10:8-10).
O Aviso Solene: O Perigo de Pisotear o Filho de Deus
Então, abandonar a justiça própria para abraçar Cristo é o único caminho. Mas o que acontece quando alguém, depois de conhecer essa verdade, decide voltar atrás? Hebreus, capítulo 10, nos deixa um aviso solene:
“Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados, pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários” (Hebreus 10:26-27).
Isso não se refere a um tropeço, mas a uma rejeição consciente e deliberada da obra de Cristo. É, como o texto descreve, “calcar aos pés o Filho de Deus”, “profanar o sangue da aliança” e “ultrajar o Espírito da Graça” (Hebreus 10:29). É voltar a confiar na Lei ou em si mesmo, desprezando o único sacrifício que pode nos purificar. Se rejeitamos o Espírito Santo, que é a garantia da nossa filiação, não resta mais nada.
Conclusão: Não Retroceda, Persevere para a Conservação da Alma
Portanto, o caminho para a maturidade espiritual é claro: abandonar a confiança na carne, considerar nossas próprias justiças como esterco e abraçar Jesus como nosso único e soberano Senhor, então Ele nos salva. É um caminho de perseverança.
Como nos encoraja o final do capítulo 10 de Hebreus:
“Todavia, o meu justo viverá pela fé; e, se retroceder, nele não se compraz a minha alma. Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma” (Hebreus 10:38-39).
Que possamos ser encontrados entre aqueles que avançam pela fé, conservando nossas almas para a eternidade, para a honra e glória do nosso Senhor Jesus Cristo, o nosso Deus.