PECADORES DESDE A CONCEPÇÃO

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Este estudo bíblico, livre de dogmas e aberto a todos que buscam ao Senhor Jesus Cristo, nosso Deus, explora uma verdade fundamental: somos “pecadores desde a concepção”. Longe de ser uma sentença, essa constatação é o ponto de partida para entendermos a necessidade da graça divina e da transformação que só o Senhor Jesus Cristo oferece.
Nesta jornada, vamos:
- Analisar a natureza do pecado e a desobediência a Deus: Mergulharemos nas Escrituras e no significado original das palavras para compreender a essência do pecado e suas implicações em nossas vidas.
- Investigar a lei e a incapacidade humana: Desvendaremos o propósito da lei, não como um fardo, mas como um espelho que revela nossa incapacidade de alcançar a perfeição por nossos próprios meios.
- Descobrir a origem espiritual do mal e a concepção em pecado: Exploraremos as raízes do pecado, desde a Queda no Éden até o Salmo 51:5, que lança luz sobre nossa condição desde a concepção.
- Apontar para a libertação e a nova vida em Cristo: Mostraremos como Jesus, através de sua morte e ressurreição, oferece a libertação do pecado e a promessa de uma nova vida guiada pelo Espírito Santo.
Prepare-se para uma reflexão profunda, fundamentada nas Escrituras, que o conduzirá a uma compreensão mais clara da sua necessidade de receber Jesus como o Senhor e do caminho para a transformação genuína em Cristo Jesus (crescimento espiritual).
Vamos ao estudo bíblico “PECADORES DESDE A CONCEPÇÃO” para aprofundar nosso entendimento:
A Natureza do Pecado e a Desobediência a Deus
“Toda aquele que pratica o pecado também transgride a lei , porque o pecado é a transgressão da lei.”
1 João 3:4 ARA
“Todo o que pratica o pecado também pratica a iniquidade , e o pecado é a iniquidade.”
NTG
Em suma, pecar é desobedecer a Deus, já que pecado é errar o alvo que é a retidão e honra e a iniquidade é ilegalidade, violação da lei ou injustiça. Assim, como está escrito o pecado é a iniquidade que é resultado da falta de fé, por isso o homem natural é considerado de pequena fé e não pode agradar a Deus se não buscar a fé do tipo do Espírito que conduz a obediência a Deus pela fé (Rm 1:5).
Análise das Palavras-Chave: Praticar, Pecado e Iniquidade
Nesse versículo há três palavras chave que nos mostram a essência no grego, a palavra para praticar é poieō (fazer, que inclusive é usada em Gn 1:1 “En archē poieō ho Theos” “No princípio criou Deus”), o início da criação a partir dele mesmo as coisas foram criadas (poiēma, Rm 1:20). Para o pecado, hamartia (errar o alvo, desviar do caminho de retidão e honra, fazer ou andar no erro) e iniquidade, anomia (ilegalidade, violação da lei, impiedade, iniquidade, transgressão, injustiça).
A Lei e a Incapacidade Humana de Obedecer
Deus deu a lei para mostrar a incapacidade do homem natural de obedecer a Deus, pois mesmo antes do pecado entrar no mundo por meio do ser humano, este não conseguiu dar ouvidos ou obedecer a ordem de Deus, mas à sua mulher conforme Gn 2:16, 17; 3:17; cuja palavra para a ordem de Deus é entellomai (en + tellos de tellō que significa estabelecer um ponto definitivo ou objetivo, fim, resultado, propósito, taxa, imposto), essa palavra tellos é usada para “o fim da Lei é Cristo” em Rm 10:4 indicando o propósito, a finalidade para que, tanto os os judeus que tinham pedido uma lei que pudesse justificá-los diante de Deus (Rm 9:31, 32; 10:3) por suas próprias obras, sendo que diante de Deus ninguém pode se justificar pela Lei ou ser aceito por meio dela (Gl 3:11), mas que não praticavam a justiça verdadeira, pois não podiam deixar de pecar. Como também para os demais povos que não tinham recebido a Lei de Deus, mas que também viviam na prática do pecado como todos os homens.
Portanto, tanto os judeus como os não judeus (gentios) estão debaixo do pecado (Rm 3:9-20), uma vez que Adão desobedecendo o mandamento de Deus para não comer daquele fruto que trazia em si a corrupção (morte), corrompeu a sua própria descendência trazendo sobre toda a humanidade a condenação (Jo 3:18, 19, 36; Rm 3:22, 23; 5:12-14, 18-21; 11:32; Gl 3:19-22). O que quer dizer que os seres humanos naturais (em Adão) não podem agradar a Deus, pois não se sujeitam a Ele para o próprio bem, conforme aconteceu com os pais da humanidade antes mesmo de comerem do fruto que originou a corrupção, como vimos em Gn 2 e 3; e o apóstolo Paulo escreveu sobre isso em Rm 1:18-32 e 8:3, 5-8; demonstrando o que Jesus declarou que a carne não produz nada que se aproveite (assistir, ser útil, vantajoso ou eficaz) em Jo 6:63.
A Origem Espiritual do Mal e a Concepção em Pecado
Vou demonstrar agora por meio dessas mesmas palavras iniciais hamartia (pecado) e anomia (injustiça, iniquidade) que o mal que estava naquele fruto da árvore do conhecimento (gnōstos, Gn 2:9 e ginoskō, 2:16) do bem e do mal, é de ordem espiritual e sendo assim, todos os homens foram apanhados desde a sua concepção conforme está escrito no Sl 51:5 que será objeto da nossa próxima análise, bem como em Ec 7:20 (citado em Rm 3:10) e v.29 “Também descobri que ainda que Deus tenha feito seres humanos com perfeição, cada um se desvia para seguir as suas próprias inclinações.” OL e outras versões como DC, VFL, NVI, ARA, NAA, NTLH, NBV, NVT, ARC mostram que Deus não fez a matéria para ser corrupta apesar de ser fraca em comparação com a espiritual.
Mas, isso também é misericórdia de Deus, o Criador de todas as coisas, tanto das celestiais como terrenas. Ele é onisciente e sabia que haveria a Queda no céu daquele que o próprio Deus fez de forma perfeita e matéria eterna (espiritual), o qual arrastou um terço dos anjos em rebelião contra Deus. Ele é aquele que Jesus falou em Jo 8:44 que está nessa dimensão desde o início, chamado de Maligno, o Diabo, Satanás. Este é a antiga serpente que seduziu o mundo (Ap 12:9; 20:2), os seres humanos e corrompeu a criação em Adão, natural, terreno causando-lhe a Queda pela cobiça (Tg 1:13-15; 4:1-2; 1Pe 2:11; 2Pe 1:4; 1Jo 2:15-17; 3:8-12; 5:19).
Análise do Salmo 51:5: Iniquidade na Formação e Pecado na Concepção
- “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe.” Salmos 51:5 ARA
- “O fato é que já nasci pecador, desde o momento em que minha mãe me deu à luz.” NBV-P
- “De fato, sou mau desde que nasci, sou pecador desde que fui concebido.” VFL
- “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.” ARC
As palavras para nascer, ser formado no hebraico é chuwl ou chiul (torcer, girar, contorcer, girar em volta, dar à luz, ser nascido), já no grego é sylambanō (prender, isto é, agarrar, capturar, conceber, tomar, pegar alguém como prisioneiro, conceber de uma mulher, metaforicamente desejo sexual a cujos impulsos o ser humano cede, agarrar para si, num sentido hostil tornar alguém num sentido permanente prisioneiro, apegar-se a alguém). Essa palavra é formada pela preposição syn (união; com ou junto, por associação, companhia, processo, semelhança, possessão, adição, etc; ela tem uma conexão mais próxima e íntima, na forma comparativa pode ser inteireza, integridade) e lambanō (verbo primário, tomar, pegar, apropriar-se, apanhar, segurar, ter). Citarei alguns usos de lambanō no Novo Testamento que corroboram aqui:
“Não vos tem sobrevindo tentação que não seja comum aos homens; mas Deus é fiel, o qual não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas também, com a tentação, proverá o meio de saída, para poderdes suportá-la.” 1 Coríntios 10:13 TB
Tentação, Limites e a Autoridade de Jesus
A palavra sobreveio é lambanō e a outra em destaque é anthropinos: aplicada a coisas que pertençam aos homens. O que quer dizer que as tentações que os filhos de Deus que estão nesse mundo enfrentam são coisas que todos os seres humanos enfrentam porque suas almas habitam nesse tabernáculo terreno desta matéria corrompida, mas Deus está no controle impondo limites para a atuação do mal e os próprios homens verão isso no tempo do governo do homem do pecado, o filho de Satanás no período da grande Tribulação, que por um período já determinado fará uso de todo tipo de engano e crueldade como nunca antes houve nem haverá jamais como está escrito em Mt 24:21; Mc 13:19. Jesus demonstrou esse poder, autoridade recebida do Seu Pai, pois Ele é o Filho de Deus, gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria (Mt 1:20; Lc 1:31, 32, 35), no momento que ele disse que daria a sua alma para tomá-la novamente e que ninguém a tiraria dele, mas ele entregaria voluntariamente em Jo 10:17, 18, provando em sua ressurreição.
Isso só era possível porque apesar de sua alma também está num corpo de carne mortal ele não tinha pecado (1Jo 3:5), não conheceu pecado (2Co 5:21 NBV) e não praticou (poieō) pecado nem em sua boca se achou dolo (1Pe 2:22), em outras palavras, Jesus era puro, imaculado, nunca praticou, fez nem uma única obra da carne para que pudesse ser achado nele algum pecado. E por isso, ele desafiou os líderes religiosos com a pergunta: “Quem dentre vocês me convence de pecado? E se lhes digo a verdade, por que não creem?” (Jo 8:46). A palavra em destaque é a mesma usada em Jo 16:8 para a obra do Espírito Santo aqui no mundo, mostrando a sua procedência divina (Jo 6:27).
A Impossibilidade da Morte Reter Jesus e a Destruição das Obras do Diabo
Assim também como está escrito em Jo 14:30, o príncipe desse mundo não tinha nenhum direito ou poder sobre Jesus, porque não tinha nada, nenhuma obra do Diabo nele e foi para isso que o Filho de Deus se tornou visível, conhecido, manifesto (1Jo 3:8); para destruir (lyō, no grego, libertar alguém ou algo preso ou atado a bandagens, amarrado, em cadeias, um prisioneiro, tirar da prisão, deixar ir, desatar, desfazer, soltar o que está compactado, dissolver, demolir, derrubar), palavra inclusive, usada em Jo 2:19 “ Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei”, Mas o templo do qual ele falava era o seu corpo” (v.21). Jesus, ao ressuscitar rompeu (lyō) com os laços da morte porque era impossível que a morte o retivesse (At 2:24), uma vez que Satanás não achou nada em Jesus que lhe desse direito sobre ele (direito é echō, ter, isto é, segurar na mão no sentido de utilizar, controlar, possessão da mente, refere-se a alarme, agitação, emoção, etc, segurar com firmeza, envolver, considerar ou manter como, possuir coisas externas tal como propriedade ou riquezas ou móveis ou utensílios ou bens ou comida, etc, usado daqueles unidos a alguém pelos laços de sangue ou casamento ou amizade ou dever ou lei, etc, julgar-se ou achar-se o fulano de tal, estar em certa situação, segurar mesmo algo, prender-se ou apegar-se, estar estreitamente unido a uma pessoa ou coisa).
“A minha alma está apegada ao pó; vivifica-me segundo a tua palavra.” Salmo 119:25 ARA
Este salmo mostra que a alma está presa, colada, atada ao corpo feito do pó, matéria corruptível, e por isso, sujeita às suas sensações: “apegada” dabaq uma raiz primitiva grudar-se a, colar, permanecer junto, unir-se, manter-se próximo, juntar-se a, permanecer com, seguir de perto, alcançar, pegar, unir-se a, ser reunido, levar a, perseguir de perto, ser levado a; ou sua equivalente grega, κολλαω kollao de kolla grude, colar, grudar, cimentar, firmar, juntar ou firmar bem, juntar-se a, aderir a. Mediante a exposição clara das palavras com os seus significados abundantes na nossa língua ou idioma, podemos perceber a diferença do homem Jesus, o Filho gerado por Deus (Espírito), a semente incorruptível para todos os outros seres humanos e, por isso, Jesus nunca retrocedeu nem tirou os seus olhos, sua atenção do Pai (Espírito) que estava sempre com ele em plena unidade (Jo 10:30). Ele participou dessa condição humana (física, natural) para que pudesse morrer e livrar, libertar, soltar, remover, apartar os que estavam subjugados pelo pavor da morte (Hb 2:14-15). Logo, vemos que após a Queda dos pais da Humanidade, Adão e Eva os seres humanos (almas viventes) foram submetidos à escravidão do pecado (resultado das obras da carne) que leva ou conduz à morte, por causa da matéria corrompida da qual é feito o corpo humano. Essa foi a legitimidade para os espíritos impuros ou demônios se apoderarem das almas no ato da concepção.
A Batalha Entre as Duas Naturezas e a Obra do Espírito Santo
Em outras palavras, pelo fato das almas habitarem nesse corpo dessa matéria onde o pecado está alojado (Rm 7:17, 20; 8:3), há uma verdadeira batalha entre as duas naturezas (Gl 5:17), a falsa e a verdadeira vida ou o que elas produzem em nós e através de nós. Por isso a palavra syllambanō traz um significado tão profundo e lambanō que é parte dela, conforme citado até chegar aqui em 1Co 10:13 com o sentido de apanhar, atacar ou cair sobre alguém, que no caso desse versículo é a tentação e em Lc 9:39 a um mau espírito, cujo evento também está registrado em Mc 9:21 “Desde a infância” (paidióthem, criança, infância, vem de paidion diminutivo neutro de pais que significa menino, servo; filhos, um bebê, menino ou menina que não está plenamente crescido). Será que Jesus não sabia dessa informação ou queria que ficasse registrado para que hoje nós soubéssemos? Embora esteja relatado nos três evangelhos, apenas em Marcos há essa pergunta de Jesus ao pai da criança. Foram as astúcias da serpente que o homem buscou para si (Ec 7:29 ARA), não tendo como voltar atrás ou ser liberto por suas próprias ações nem mesmo por tentar cumprir a lei de Deus que é santa e espiritual, mas o homem é feito de carne (Rm 7:14) e pela sua condição incurável ou ferida, doença (Jr 15:18; 17:9; 30:12, 13, 15; Is 1:5-6), por esse motivo não herdará o Reino de Deus (1Co 15:50), porque é perecível.
O Propósito da Lei e a Promessa de Redenção em Cristo
- “Então para que serve a Lei? Ela teve de ser acrescentada por causa das transgressões. Mas esse sistema vigorava apenas até à vinda do descendente de Abraão (ou seja Cristo), a quem a promessa dizia respeito. E há uma outra diferença: Deus deu a sua Lei aos anjos para a dar a Moisés, que foi o mediador entre Deus e o povo.” Gálatas 3:19 OL
- “Então, por que é que foi dada a lei? Ela foi dada para mostrar as coisas que são contra a vontade de Deus.” NTLH
- “Então, qual é o sentido da lei? Ela foi acrescentada para mostrar o que é realmente a transgressão,” BLT
- “Então qual é o propósito da Lei? Ela foi acrescentada, depois que a promessa foi dada, a fim de mostrar aos homens quanto eles são culpados em quebrar as leis de Deus;” NBV-P
- “Qual era, então, o propósito da lei? Ela foi acrescentada à promessa para mostrar às pessoas seus pecados.” NVT
- “Qual, pois, a razão de ser da lei? Foi adicionada por causa das transgressões,” ARA
A palavra para transgressões é parabasis criar transgressões, isto é, para que pecados possam tomar caráter de violação da lei e desta forma intensificar a consciência do pecado e despertar o desejo pela redenção. O que as obras dos homens estavam produzindo, ou seja, alimentando o pecado para a própria ruína (Rm 6:6 OL). A lei então, mostra a incapacidade do ser humano de andar em acordo com Deus, o seu Criador e desse modo tem o intuito de levar à Cristo, aquele que pode lhe dar a salvação por meio de sua obra perfeitamente concluída na cruz, com a quitação total das nossas dívidas; é dessa maneira que recebemos o poder de escapar da corrupção que há no mundo causada pela cobiça (2Pe 1:4); cuja palavra destacada é phthora (decadência, ruína, corrupção, perecer, destruir; usada em Rm 8:21; 1Co 15:42, 50; Gl 6:8; Cl 2:22; 2Pe 2:12, 19), bem como sua cognata phthartos (deteriorado, perecível, corruptível, sujeito à corrupção; ela é usada acerca da semente humana (1Pe 1:23), a respeito do homem e do corpo terreno atual (Rm 1:23; 1Co 15:53, 54), e ambas vêm de phtheirō (forma intensificada de phthiō, consumir ou desperdiçar; a rigor, enrugar ou secar, isto é, estragar (por qualquer processo) ou arruinar, destruir (especialmente em sentido figurado, por influências morais, depravar): corromper-se, profanar, destruir), palavra usada em 1Co 3:17; 15:33; 2Co 11:3; Ef 4:22; Jd 1:10; Ap 19:2 e em Gn 6:11 “Entretanto, a corrupção aumentava em toda a Terra. E Deus via isso. A violência alastrava por toda parte.” OL. Quando Deus decidiu trazer o dilúvio ao mundo antigo para destruir toda carne poupando apenas oito pessoas por sua graça.
A Imagem do Aguilhão e a Obra Redentora de Cristo
Retornando ao Sl 51:5 à palavra seguinte no hebraico para conceber é yacham uma raiz primitiva estar quente, conceber, ficar quente, acasalar referindo-se aos animais, estar ou tornar-se quente, conceber sexualmente, estar no cio; já no grego a palavra está na forma antiga. Enquanto eu buscava acerca da nomenclatura encontrei ekkenteō: expelir, tirar, furar, trespassar, penetrar; ela vem de kentron, de kenteo: picar, picada, como de escorpiões, gafanhotos, ferroada, aguilhão; ela é usada em At 26:14; 1Co 15:55,56 e Ap 9:10. Na sequência delas no salmo 51:5 temos a relação: anomia com syllambanō e hamartia com ekkenteō (Jo 19:37) ou sua cognata que implica nos animais que ferem com a sua ferroada e até matam, Paulo personifica aquilo que leva à morte como um aguilhão, isto é, uma arma letal, aguilhão de ferro para mover o gado, cavalos e outros animais de carga, daí o provérbio chutar contra o aguilhão, isto é, oferecer resistência vã, perigosa ou danosa. É por isso, que Jesus foi traspassado pelos nossos pecados e ferido pelas nossas iniquidades conforme o profeta Isaías:
“Mas ele foi traspassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe a paz estava sobre ele e pelas suas feridas fomos curados.” 53:5 NVI
Isso equivale a 1Jo 2:2:
“Foi ele quem levou sobre si a ira de Deus contra os nossos pecados e nos levou à comunhão com Deus; e ele tornou possível o perdão para os nossos pecados, e não somente para os nossos, mas também para os do mundo inteiro” NBV
A Lei do Espírito e a Nova Vida em Cristo
O apóstolo Paulo escreveu em 1Co 15:55-56 “Onde está ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?” O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.” Tiago também falou sobre isso em 1:13-15:
“Ninguém deve dizer ao ser tentado: “Estou sendo tentado por Deus”, pois Deus não é tentado pelo mal e também não tenta ninguém. As tentações vêm dos nossos próprios desejos perversos, que nos desencaminham e nos aprisionam. Esses desejos nos levam a pecar e, quando o pecado está completamente desenvolvido, ele causa a morte.” BLT
Em outras palavras, o pecado é o aguilhão da morte ou o que conduz os homens à morte, seja física ou espiritual. É contrário à vontade de Deus que desde o início era para a vida com a árvore da vida e não para a morte que, para esta, deu a advertência para não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Esses maus desejos estão continuamente nos assediando (1Pe 2:11; Gl 5:17) para que possamos ceder a eles e por isso a lei de Deus mostra que só o fato deles existirem dentro do ser humano prova que essa natureza terrena está condenada porque o pecado está na matéria prima (orgânica) que preenche o corpo dessa existência e como é a carne que produz seu sangue de acordo com a composição genética recebida dos pais, se ela está corrompida, seus subprodutos também serão afetados irremediavelmente como diz nos profetas citados. É exatamente por isso que carne e sangue não herdam o reino de Deus (1Co 15:50) e é necessário nascer de novo, da água e do Espírito (Jo 3:5). E essa nova vida deve ser vivida pela fé (Rm 1:17) do Filho de Deus (Gl 2:20), o nosso Senhor que é o Espírito (2Co 3:17-18) e que nos comunica as coisas espirituais não as das trevas que se esgueira sorrateiramente induzindo os homens ao engano nesse mundo, por meio de muitas manipulações, mas conforme o Senhor Jesus disse em Jo 14:17 e Paulo testifica em 1Co 2:12-13, respectivamente:
- “O Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo (lambanō), porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês”. NVI;
- “Pois nós recebemos (lambanō) de Deus, não o espírito deste mundo, para que possamos entender o que Deus tão generosamente nos deu. É a respeito disso que falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas sim, os ensinamentos que o Espírito nos traz. Nós explicamos tudo o que é espiritual usando termos espirituais.” BLT.
Ainda outra ocasião Jesus disse:
“Em verdade, em verdade vos digo: quem recebe aquele que eu enviar, a mim me recebe; e quem me recebe recebe aquele que me enviou.” João 13:20 ARA
A Promessa do Espírito e a Filiação Divina
Jesus estava falando sobre o seu Espírito (do Filho) que procede do Pai, o mesmo Espírito e isso se vê na sequência em Jo 14:24, 26; 15:26; 16:7, com o uso da palavra grega pempo (aparentemente palavra raiz enviar, ordenar que algo seja levado a alguém, enviar, empurrar ou inserir algo para outro), o Único Deus verdadeiro e todas as palavras destacadas “recebe” é lambanō no grego, logo, é preciso receber o Espírito de filiação para assim receber o Pai o qual enviou o Filho, o Espírito aos nossos corações pelo qual podemos exclamar Aba, Pai (Rm 8:15; Gl 4:6), sem ele os homens não passam de meras almas viventes ou seres vivos, animais ainda que racionais. Ainda que no início os homens tivessem 100% do QI (quociente de inteligência ou coeficiente intelectual, uma medida para capacidade de raciocínio de um indivíduo) e toda a capacidade animal (anima no latim é alma) devido à corrupção e degradação contínua dos corpos dessa matéria, os seres humanos estão sucumbindo à confusão mental e seus instintos carnais, conduzindo-os a identidades cada vez mais animalescas de modo a pensar, falar e agir como verdadeiros animais irracionais. Muito distinto da razão e inteligência dos quais os pais da humanidade possuíam em sua estrutura completa, embora meramente naturais. A carne por estar inflamada pelo pecado incita a alma devido à legalidade de Adão que recebeu um guia das trevas ou até vários dependendo do caso, espírito desse mundo, conforme a palavra citada anteriormente (Jo 14:17). Esse guia os atrai fortemente (apagō de apo mais agō uma palavra primaria guiar, conduzir, conduzir segurando com as mãos, levando deste modo ao destino final de um animal, seguir acompanhando até um lugar, comandar com a personalidade de alguém, nomear alguém como um ajudante, trazer, levar para a corte de justiça magistrado, etc, dirigir, guiar através, conduzir para algo, mover, impelir pela força e influência da mente, ir, partir; levar a força, especialmente em referencia àqueles que são levados a julgamento prisão ou castigo). (1Co 12:2) a todos os tipos de idolatria, marcando a raça humana com um modo operante contrário à vontade de Deus (Ef 2:2), tornando-os cada vez mais dignos da ira de Deus (v.3). Vejamos:
- “Antigamente, por terem desobedecido a Deus e por terem cometido pecados, vocês estavam espiritualmente mortos. Naquele tempo vocês seguiam o mau caminho deste mundo e faziam a vontade daquele que governa os poderes espirituais do espaço, o espírito que agora controla os que desobedecem a Deus. De fato, todos nós éramos como eles e vivíamos de acordo com a nossa natureza humana, fazendo o que o nosso corpo e a nossa mente queriam . Assim, porque somos seres humanos como os outros, nós também estávamos destinados a sofrer o castigo de Deus.” Efésios 2:1-3 NTLH
- “E nós também éramos como eles, vivendo apenas segundo os desejos da nossa natureza pecaminosa, os impulsos primários dos nossos sentidos e dos nossos pensamentos. Éramos, por natureza, objeto da severa justiça de Deus, tal como o resto da humanidade.” v.3 OL;
- “entre os quais todos nós também, outrora, andávamos nas cobiças da nossa carne, fazendo as vontades da carne e dos pensamentos, e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais.” TB
A Escolha Entre a Vontade da Carne e a Vontade do Espírito
O que significa que os seres humanos naturais que não têm o Espírito vivem tão somente para “fazer a vontade da carne” (v.3a) e os que nasceram de novo, do Espírito para “fazer a vontade de Deus” (Mc 3:35; 1Pe 4:2). E essa é a condição dos seres humanos ao perderem seu livre arbítrio ou a capacidade de escolher livremente, pois a vontade da carne leva à morte, mas a vontade do Espírito à vida eterna (Rm 6:21-23). Assim, é melhor ser escravo da justiça em Cristo Jesus, ou seja, nossa alma seguindo o Espírito que leva à vida eterna do que ser escravo do pecado que leva à morte, ou seja, a alma satisfazendo a vontade da carne (se não tiver o Espírito Santo) estará seguindo o guia das trevas. Aqui que entra a justiça de Deus em Cristo que embora nossas almas ainda pequem, sua posição é de justa diante de Deus por causa do Espírito Santo que Cristo nos deu, mas aqueles que o rejeitaram não tem esse presente da graça de Deus e permanecem mortos em suas transgressões e pecados e por isso são filhos da ira, conforme a palavra citada, essa natureza está destinada à sofrer o castigo de Deus, aqueles que não receberam a justiça de Deus gratuita e imerecida por meio de Cristo Jesus o Senhor, mas permanecem nela porque amaram mais as trevas que a luz (Jo 3:19-20), mais o mundo que a Deus (Tg 4:4; 1Jo 2:15-16), mais a injustiça que a verdade (2Ts 2:10-11). Ao contrário dos que estão em união com o Espírito, o Senhor Jesus, pois Deus não nos destinou para a ira, mas para receber a salvação por meio de nosso Senhor Jesus Cristo (1Ts 5:9) que nos livra da ira que está por vir (1Ts 1:10b). Ele aparecerá (optanomai, permitir-se ser visto, aparecer, olhar para ver) segunda vez sem pecado aos que o aguardam para a salvação (Hb 9:28). Lembrando as palavras dos anjos em At 1:11 “Este mesmo Jesus que dentre vocês foi elevado aos céus, voltará da mesma forma como o viram subir” e essa forma manifesta após ressuscitar dos mortos não foi acessível a todos, ou seja, aos outros que não criam nele, mas somente aos que tinham íntima comunhão com ele, conforme está escrito em Jo 21:14 e At 10:40-41; ele quis que eles o vissem como testemunhas reais e assim Paulo testifica em 1Co 15:5-8, até que todo olho venha a vê-lo quando ele vier a segunda e última vez ao mundo para a consumação de todas as coisas e até mesmo aqueles que o traspassaram o verão (Ap 1:7). Não podemos esquecer do que Jesus disse em Mt 11:27 e ainda, João Batista:
”Aquele que o aceita confirma que Deus é verdadeiro. Quem crê no Filho tem a vida eterna, já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele” João 3:33, 36 NVI
A Necessidade do Senhor Jesus para Salvar Almas Pecadoras
Essa é a real condição em que se encontram os seres humanos naturais que por estarem orgulhosos dessa vida não percebem que necessitam do Senhor que salva as suas almas pecadoras. Vejamos:
“Porque, quando vivíamos segundo a carne, as paixões pecaminosas postas em realce pela lei operavam em nossos membros, a fim de frutificarem para a morte.” Romanos 7:5 ARA
Postas em realce, despertada é a palavra grega dia, denota o canal de um ato, através da, durante, por meio de, por causa de; e operavam, energeō: ser eficaz, atuar, produzir ou mostrar, poder, trabalhar para alguém, efetuar, exibir a atividade de alguém, mostrar-se operativo; e frutificarem, karpophoreo: produzir fruto, produzir, gerar obras, produzir fruto de si mesmo. Em outras palavras, a lei veio mostrar, tipificar, ressaltar que as obras produzidas pela carne são o que alimentam ou dão forma ao pecado que conduz à morte. Por isso, as pessoas serão julgadas com e sem a lei (Rm 2:12) para mostrar que em ambos os casos todos pecaram.
A Destruição do Corpo do Pecado e a Liberdade em Cristo
Por isso, esse corpo do pecado será destruído para que não sejamos mais escravos do pecado (Rm 6:6). A palavra em destaque é katargeō, kata (partícula intensiva) + argeō (estar ocioso, tardar, se atrasar); ser (considerar) inteiramente ocioso (inútil), em sentido literal ou figurado: abolir, cessar, impedir, dificultar, resgatar, acabar com, tornar (se) sem (ou de nenhum) efeito, falhar, perder, soltar, reduzir (se) a nada, matar, extinguir, anular, tornar inativo, ocioso ou inútil, ineficaz, indolente, desempregado. Em outras palavras, Deus nos libertou (passado), porque os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis (Rm 11:29), desse corpo do pecado (Rm 6:6) sujeito à morte (Rm 7:24) e Rm 7:5 (citado anteriormente) traz essa elucidação, cuja palavra katargeō é usada para deixar de estar sujeito ou conectado a alguma coisa. Isso explica que devido à corrupção da matéria dessa natureza caída tem-se a legalidade do domínio das trevas (lembrando a tentação de Jesus em Lc 4:5-7) que são os espíritos malignos ou impuros de se conectarem às almas de todos os homens que descendem do primeiro Adão, terreno para fazerem delas escravas do pecado, pois são seus guias à escravidão das obras da carne nutridas pelos pensamentos (atividades da mente), bem como as emoções, porque esse homem oculto do coração é verdadeiramente mal e conduz a alma que lhe está sujeita por causa do corpo; uma identidade que Deus não deu ao ser humano, mas que ele adquiriu como resultado da sua escolha, o ato de desobediência a Deus, que sabe de todas as coisas, porque é a alma que vive nesse corpo que deveria comandá-lo e não o contrário, segundo o padrão do Criador. Vejamos:
“Porém agora estamos livres da lei porque já morremos para aquilo que nos mantinha prisioneiros. Por isso somos livres para servir a Deus não da maneira antiga, obedecendo à lei escrita, mas da maneira nova, obedecendo ao Espírito de Deus.” Romanos 7:6 NTLH
A palavra destacada é a que estamos explicando, nos tornamos inúteis, inoperantes diante da lei porque morremos para ela; a lei mostra a realidade dos homens após a Queda, de forma que não adianta tentar cumprir a forma escrita da lei em atitudes quando o pecado está dentro do próprio corpo, especificamente na matéria prima de sua formação, levando os mesmos pensamentos corruptos, emoções ou sentimentos que os seduzirão de outras maneiras que não poderão resistir, pois o servo não está acima do seu senhor nem o aluno está acima do seu mestre (Mt 10:24), se servem e aprendem dele como operar na carne, seguindo a ele, então o farão prontamente. Por isso a escolha da alma quanto a qual senhor servir, Deus ou o Diabo.
É devido a isso que o apóstolo escreveu acerca desse assunto em Rm 8:9 e Gl 5:22-23, respectivamente:
- “Entretanto, vocês não estão sob o domínio da carne, mas do Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vocês. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, este não pertence a Cristo.” NVI;
- “Mas o fruto que o Espírito produz em nós é: o amor, a alegria, a paz, a paciência, a bondade, a delicadeza no trato com os outros, a fidelidade, a brandura, o domínio de si próprio. Para aqueles que vivem desta maneira, a Lei nem sequer tem necessidade de existir.” OL.
A Liberdade no Espírito e a Necessidade de Crescimento
O que significa que os seres humanos não possuem em si mesmos tais características nem mesmo seu autodomínio a menos que receba de Jesus, o Senhor que é o Espírito e onde está o Espírito do Senhor ali há liberdade, como está escrito em 2Co 3:17. É dessa liberdade que aqueles que estão desfrutando da graça genuína de Deus podem viver aqui nesse mundo, mas se os filhos de Deus não estão experienciando essas coisas em suas vidas, estão precisando de leite e ainda não têm experiência no ensino da justiça pelo exercício constante das suas faculdades para se tornarem aptos a distinguir o bem e o mal (Hb 5:13-14), isso se dá pela prática da verdade que é a palavra de Deus (Jo 17:17) e só é possível pelo conhecimento da verdade, Jesus (Jo 14:6). Em síntese este é o conselho do apóstolo Pedro em 2Pe 3:18, que dá testemunho disso também.
- “Que diremos então? Continuaremos no pecado para que a graça transborde? De maneira nenhuma! Nós, os que morremos para o pecado, como ainda viveremos nele?” Romanos 6:1-2 NVI;
- “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões;” v.12 ARA;
- Ou ainda: “Portanto, não deixem que o pecado os controle em sua vida aqui na terra. Vocês não devem ser governados por aquilo que a sua natureza pecadora quer que façam.” VFL.
O Domínio do Pecado, as Paixões e a Necessidade do Espírito Santo
As palavras em destaque, respectivamente mostram essa relação: basileuo: ser rei, exercitar o poder real, reinar, do governador de uma província, exercer a mais alta influência, controlar; e obedecer é hupakouō ouvir, escutar, de alguém que ao toque na porta vem ver quem é, responsabilidade de um porteiro, ouvir uma ordem, ser obediente a, submeter-se; e paixões, epithymia, desejo, anelo, desejo pelo que é proibido, luxúria. Essa palavra é usada em sua maior parte nas escrituras no Novo Testamento para cobiças ou concupiscências da carne ou natureza humana, em textos que elucidam a severidade dessas coisas que os homens praticam com avidez, como a parábola do semeador sobre os espinhos; sobre os filhos do Diabo quererem satisfazer seus desejos em Jo 8:44; entre outras cujas referências aqui servirão para constatação dos que desejarem verificar: Rm 1:24; 7:7-8; 13:14; Gl 5:16, 24; Ef 2:3; 4:22; Cl 3:5; 1Ts 4:5; 1Tm 6:9; 2Tm 2:22; 3:6; 4:3; Tt 2:12; 3:3; Tg 1:14-15; 1Pe 1:14; 2:11; 4:2-3; 2Pe 1:4; 2:10, 18; 3:3; 1Jo 2:16-17; Jd 1:16, 18; Ap 18:14. Todos esses versículos mostram claramente o motivo das almas necessitarem do poder do Espírito Santo para a nova vida em Cristo Jesus. Porque esse mundo está na escuridão (Ef 6:12), pois está sob o poder do Maligno (1Jo 5:19) que é o príncipe do poder do ar, o espírito que está operando no coração daqueles que vivem em desobediência ao Senhor (Ef 2:2), que o chamou de príncipe desse mundo (Jo 14:30); e o apóstolo Paulo pelo mesmo Espírito chamou de o deus dessa era, século ou mundo que cega a percepção mental, pensamentos ou propósitos dos que não depositam sua confiança em Deus, o Criador (2Co 4:4) e desse modo, o mundo (mesma palavra acima, aiōn: era, mundo, século), “aiōn ponēros”, mundo mau (ponēros, mau de natureza ou condição, mau, ruim, iníquo, perverso), em Gl 1:4. E por isso o mundo não pode receber (lambanō) o Espírito da verdade (Jo 14:17) que é o Espírito de Cristo Jesus, o Filho de Deus, mas a todos quantos o receberam (lambanō), deu-lhes o poder, direito de serem feitos filhos de Deus, a saber aos que creem no seu nome, os quais não nasceram do sangue nem da vontade da carne, nem da vontade do homem (anēr), mas de Deus” (Jo 1:12-13); Deus é Espírito (Jo 4:24) que tipo de filhos seriam?
O Descendente Prometido e a Vitória sobre a Serpente
Cabe ressaltar que a palavra anēr se refere ao sexo masculino diferenciando de um menino (em 1Co 13:10-11, diz que o imperfeito será katargeō: aniquilado ou destruído já referenciada e nepios: sem palavra ou que não tem o suficiente da palavra em seu entendimento e também anēr), embora às vezes seja usado genericamente para um grupo tanto de homens como de mulheres, mas sabemos que o homem produz a semente (sperma no grego) que depositada na mulher gera a humanidade (anthropos, seres humanos). Eis o motivo pelo qual Deus imputou ao homem (anthropos) o pecado entrar no mundo (Rm 5:12), quando antes da mulher ser formada já havia ordenado a Adão o caminho da vida ou da morte, devidamente nomeado a responsabilidade dessa transgressão a um único homem (anthropos), a saber, Adão, no v. 14 que prefigurava Cristo que ainda viria no tempo determinado por Deus.
- “Mas, quando chegou o tempo certo, o tempo determinado por Deus, ele enviou seu Filho, nascido de mãe humana e viveu debaixo da lei,” Gálatas 4:4 NBV-P;
- “Então, por que é que foi dada a lei? Ela foi dada para mostrar as coisas que são contra a vontade de Deus. A lei devia durar até que viesse o descendente de Abraão, pois a promessa foi feita a esse descendente. A lei foi entregue por anjos, e um homem serviu de intermediário.” Gálatas 3:19 NTLH.
Vejamos pela NVT o detalhe:
- “Qual era, então, o propósito da lei? Ela foi acrescentada à promessa para mostrar às pessoas seus pecados. Mas a lei deveria durar apenas até a vinda do descendente prometido.”
E quando foi ele foi prometido?
- “Farei que haja inimizade entre você e a mulher, e entre a sua descendência e o descendente dela. Ele lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar”.” Gênesis 3:15 NVT.
A Promessa do Descendente e a Ilusão do Éden
A palavra descendente é sperma (grego), do qual uma planta germina, a semente, isto é, grão ou núcleo que contém dentro de si o germe das futuras plantas, metaforicamente semente ou resíduo ou alguns sobreviventes reservados como os embriões da próxima geração assim como semente é guardada da colheita para ser semeada, sêmen viril, produto deste, filhos, descendentes, prole, família, tribo, posteridade, qualquer coisa que possui força vital ou poder de gerar vida, da divina energia do Santo Espírito que opera dentro da alma pela qual somos regenerados. “O seu descendente” . Essa foi a primeira promessa de Deus em Gn 3:15, ele prometeu o descendente também à Abraão antes deste ter filho; da mesma forma à Davi, “o teu descendente” “esse me edificará casa; e eu estabelecerei o seu trono para sempre” (1Cr 17:11, 12), essa promessa eterna bem como a casa, não eram sobre Salomão (lembrando Jr 36:30 acerca de Jeoaquim); e Deus não habita em casas feitas por homens conforme está escrito em At 7:48-50; 17:24; Is 66:1-2. Porém, Jesus Cristo que era descendente de Davi, que era descendente de Abraão (Mt 1:1), conforme está escrito, era sobre este descendente tais promessas, assim como a virgem de Is 7:14 era Maria que recebeu a palavra do mensageiro de Deus com fé; pois somente ele seria capaz de ferir ou esmagar a cabeça da serpente, de espiritual para espiritual (Ap 12:9). “Estava no Éden, o jardim de Deus. Suas roupas eram enfeitadas com todas as pedras preciosas: rubi, topázio, esmeralda, crisólito, ônix e jaspe, safira, berilo e turquesa, todas trabalhadas com cuidado para você sobre o ouro mais puro. Foram-lhe entregues no dia em que você foi criado.” (Ez 28:13 NVT), essa ilustração começa pelas coisas terrenas aqui na terra, mas na verdade ilustra as espirituais e eternas, vejam em Ez 28:1-19 comparando as versões. Jesus disse que o Diabo que é Satanás é o pai da mentira e homicida desde o princípio e não se apegou à verdade (Jo 8:44), o ladrão que veio roubar, matar e destruir (Jo 10:10).
A Verdade Sobre a Condição Humana e o Caminho da Vida
Em suma, esse estudo tem o objetivo de revelar aos súditos do reino de Deus que agora temos um Senhor que é verdadeiro e bom, imutável e eterno. Que não somos mais obrigados a viver servindo à carne como se fôssemos escravos dela, porque se assim vivermos seremos conduzidos à morte conforme diz a palavra:
- “Porque se continuarem a segui-la, morrerão; mas se, pelo poder do Espírito, a rejeitarem, hão de viver.” Romanos 8:13 OL;
- “Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis.” ARA.
Então temos nos significados das palavras no grego o alcance real da mensagem do Espírito Santo, como revela a OL. Vejamos, vivereis, viverdes é zaō, viver, respirar, estar entre os vivos, não inanimado, não morto, gozar de vida real, água viva que tem poder vital em si mesma e aplica suas qualidades à alma, metaforicamente estar em pleno vigor, ser novo, forte, eficiente, como adjetivo ativo, potente, eficaz. Carne é sarks, substância terna do corpo vivo que cobre o ossos e é permeada pelo sangue tanto dos seres humanos como de animais, usado da origem natural ou física, geração ou afinidade, nascido por geração natural, natureza sensual do homem, natureza animal, sem nenhuma sugestão de depravação, ou com desejo ardente que incita a pecar, natureza física das pessoas sujeita ao sofrimento, denotando simplesmente a natureza humana, natureza terrena dos seres humanos separados da influência divina e por essa razão, inclinada ao pecado e oposta a Deus. Na sequência tem, caminhais que é mellō com a ideia de expectação, estar prestes a, estar a ponto de, fazer ou sofrer algo, intentar, ter em mente, pensar. E feitos, práxis, ato, modo de agir, negociação, transação, os atos dos apóstolos, num mau sentido obras más, crime, feitos perversos, artifício, algo que precisa ser feito, negócio; ela vem de prassō, exercitar, praticar, estar ocupado com, exercer, empreender, fazer, executar, realizar, comprometer-se, agir. E soma que é corpo, tanto de seres humanos como de animais, corpo sem vida ou cadáver, corpo vivo, diferente de sarks, carne a matéria do corpo, aquilo que projeta uma sombra como distinta da sombra em si. Em outras palavras, se durante essa existência a alma seguir conforme a matéria corrompida que incita a pecar estará intentando para à morte, mas, se pelo Espírito fizer morrer as práticas do corpo, com certeza desfrutará da vida verdadeira, a água viva que tem poder vital em si mesma e aplica as suas qualidades à alma. Isso é o contrário do que aconteceu no Éden, e estaremos escolhendo a vontade de Deus, ou seja, a vida e não a morte de acordo com Satanás, como fez os pais da humanidade, Adão e Eva. Como está escrito em Sl 58:3 (NVT, OL e NAA) e Jó 14:4 (NBV, OL, NTLH, NVT):
A Imagem da Impureza e a Necessidade de um Novo Homem
- “Desviam-se os ímpios desde a sua concepção; nascem e já se desencaminham, proferindo mentiras.” Salmo 58:3 ARA;
- “Essa gente já nasceu pecadora; mentem e agradam-se do erro, desde que nasceram.” OL;
- “Os perversos são pecadores desde o ventre materno; mentem e se corrompem desde o nascimento.” NVT;
- “São venenosos como serpentes, como cobras que se fazem de surdas, para não ouvir a música dos encantadores, ainda que eles toquem com habilidade.” Salmo 58:4-5 NVT;
- “Quem pode extrair pureza de algo impuro? Ninguém!” Jó 14:4 NVT;
- “Como podes pedir pureza a alguém que nasceu impuro?” OL;
- “Quem pode exigir que o homem, impuro por natureza, aja com justiça? Ninguém!” NBV-P;
- “O ser humano, que é impuro, nunca produz nada que seja puro.” NTLH.
Eis a situação dos seres humanos que herdaram a corrupção como resultado da própria escolha e não a vontade de Deus e por isso foi necessário a vinda ao mundo do segundo homem que é celestial, o último Adão, Cristo Jesus.
