Até que Eu Ponha Seus Inimigos Debaixo dos Pés | A Autoridade do Cristão (Gálatas 5)

- Pegue sua Bíblia e vamos conhecer ao Senhor Jesus Cristo em Sua Palavra.
- Bíblia offline de estudos em Android: MyBible
- Bíblia online, via aplicativo ou site: YouVersion (Android, IOS)
No recente estudo do nosso podcast “Segundo o Espírito da Verdade do Evangelho”, mergulhamos em uma das verdades mais transformadoras para a vida do crente: a autoridade que possuímos em Cristo sobre nossos inimigos. Partindo da palavra grega Echthros (inimigo), encontrada em Gálatas 5:20, desvendamos o plano de Deus, revelado desde o Antigo Testamento, para nos posicionar como vitoriosos.
A promessa do Salmo 110:1, citada por Jesus, é o nosso ponto de partida: “Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés.” Mas quem são esses inimigos? E como, na prática, essa autoridade se manifesta em nosso dia a dia?
O Fundamento da Nossa Autoridade: O Senhor do Senhor
Antes de exercermos qualquer autoridade, precisamos entender de onde ela emana. Em Marcos 12:35-37, Jesus confronta os mestres da lei com uma pergunta enigmática: “Como os mestres da lei dizem que o Cristo é filho de Davi? O próprio Davi, falando pelo Espírito Santo, disse: O Senhor disse ao meu Senhor…”.
A pastora Sandra Ribeiro explicou que aqui Jesus revela Sua dupla natureza:
“Humanamente falando, na carne, da linhagem humana, Jesus descende de Davi. […] Porém, o ‘Senhor’ aqui que ele está falando é a Sua dignidade celestial, é o Seu Espírito Eterno. […] Não poderia ser um homem meramente humano, porque os homens morrem.”
Essa verdade é fundamental. Nossa autoridade não vem de um líder humano, mas do Rei Eterno, que é simultaneamente Filho de Davi (com direito legal ao trono) e Senhor de Davi (Deus encarnado). É essa identidade de Jesus Cristo que nos dá a legitimidade para reinar com Ele.
O Poder Delegado: “Eis que vos dei autoridade…”
Talvez o ponto mais impactante do estudo tenha sido a análise de Lucas 10:19:
“Eis que vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões, e sobre toda a força do inimigo, e nada vos fará dano algum.”
Essa não é uma promessa vaga. É uma declaração de poder delegado. A pastora enfatizou que “serpentes e escorpiões” não se referem aos animais, mas a todo o poderio espiritual do inimigo. A autoridade que recebemos é sobre “todo o poder do inimigo”, não apenas uma parte.
No entanto, essa autoridade deve ser exercida com sabedoria e maturidade, não com arrogância.
“Se a gente é bebê espiritual, por que que a gente vai adentrar num campo que a gente não tem conhecimento? […] Mas se você já é adulto o suficiente, você tem o conhecimento e as vestes próprias, a armadura suficiente para você atravessar, sabendo onde você está pisando.”
O exemplo do apóstolo Paulo na ilha de Malta (Atos 28) ilustra perfeitamente isso. Ele não procurou a serpente para provar sua fé; ele foi picado enquanto servia a Deus. A autoridade se manifestou como uma proteção divina, não como um ato de provocação. Não devemos tentar a Deus, mas confiar em Sua proteção enquanto andamos em Seus caminhos.
A Responsabilidade do Crescimento: A Verdade Chocante da Parábola das Minas
Se temos autoridade, também temos responsabilidade. A Parábola das Minas em Lucas 19:11-27 revela o que Deus espera que façamos com o que Ele nos deu. O estudo trouxe à luz o significado surpreendente das palavras usadas por Jesus.
O servo negligente é repreendido por não colocar a “mina” (o dom, a graça recebida) no “banco”. A palavra grega para banco é trapeza, que significa “mesa” – a mesma mesa onde se partilha o pão, a mesa da comunhão. Ele deveria ter investido seu dom na comunhão do Corpo de Cristo para que rendesse “juros”. Ou seja, depositar sua alma no Espírito para que tivesse parte nas riquezas adquiridas pela Igreja, mesmo que ele mesmo não viesse produzir algo diretamente. E a palavra para juros é tocos, que significa “nascimento” ou “descendente”.
A revelação é poderosa:
“No mínimo a pessoa nasceria do alto. Se tivesse entregue, se tivesse confiado […], no mínimo haveria esse nascimento. Isso aqui eu acredito que esteja falando da salvação. […] Aquele que tem mais lhe é dado […] percebe que é necessário crescer para que ele seja multiplicado?”
Deus não nos dá Seus dons para que os escondamos por medo ou negligência. Ele espera que no mínimo os invistamos na comunhão da Igreja para que produzam fruto, algum tipo de crescimento e novos nascimentos espirituais. Aquele que é fiel no pouco que recebeu, demonstra maturidade para que o Senhor Jesus lhe confie muito mais.
A Escolha Final: Perder a Alma para Ganhar a Vida
A parábola culmina com um destino terrível para os inimigos que “não quiseram que eu reinasse sobre eles”. Isso se conecta diretamente com o chamado final do Senhor Jesus Cristo: abandonar o protagonismo da nossa alma para que Ele possa reinar.
“A alma foi vendida ao pecado. […] Não existe protagonismo mais para as almas. […] Se ela deixa esse “protagonismo”, essa ideia de ser a senhora da sua vida […] por causa de Cristo, então ela vai ganhar-se a si mesma para toda a eternidade.”
O servo negligente tentou “salvar” sua mina, apegando-se ao que tinha, e acabou perdendo tudo. Da mesma forma, a alma que tenta se salvar por seus próprios méritos e se recusa a entregar o governo ao Senhor Jesus, perderá a si mesma. Mas a alma que se “perde” por amor a Cristo Jesus, entregando o controle a Ele, encontra a verdadeira vida, segura e eterna.
Conclusão: Vivendo na Autoridade e Responsabilidade
Este estudo nos chama a uma nova realidade. Somos chamados para reinar com Cristo, exercendo a autoridade que Ele conquistou por nós. Isso exige de nós:
- Consciência: Saber quem somos em Cristo Jesus e o poder que nos foi delegado.
- Sabedoria: Usar essa autoridade com maturidade, não para nos exaltar, mas para glorificar a Deus.
- Responsabilidade: Investir ativamente os dons que Deus nos deu na comunhão do Corpo de Cristo, buscando sempre o crescimento e a frutificação.
Que possamos sair da inércia do medo e da negligência, e viver plenamente na vitória que o Senhor Jesus Cristo já preparou para nós.