A GUERRA DENTRO DE VOCÊ: Carne vs Espírito (Epithymeo Revelado!) | Imersos no Espírito

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Introdução: A Batalha Interior e o Poder dos Nossos Desejos
Boa noite, amados irmãos e irmãs! Em mais um encontro “Segundo o Espírito da Verdade do Evangelho“, hoje “Comunhão dos santos“, conduzida pela Pastora Sandra Ribeiro e o irmão Vinícius, mergulhamos em um tema crucial para nossa caminhada cristã: a constante batalha entre a carne e o Espírito, e como nossos desejos, encapsulados no termo grego Epithymeo, desempenham um papel central nessa luta. Este estudo visa nos equipar para vivermos verdadeiramente imersos no Espírito, em comunhão uns com os outros e com Deus.
O Cerne da Questão: A Carne Milita Contra o Espírito (Gálatas 5:17)
O apóstolo Paulo, em Gálatas 5:17, nos apresenta uma realidade inegável da vida cristã:
“Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam.” (NVI)
A Pastora Sandra Ribeiro explicou que “as nossas almas não fazem o que elas desejam segundo a sua própria natureza”. Isso ecoa o chamado de Jesus para negarmos a nós mesmos e carregarmos nossa cruz, que simboliza este corpo de carne pecaminosa. Embora este corpo físico não vá herdar o Reino de Deus, Ele já preparou um “edifício celestial”, incorruptível, para nossas almas. Nossa jornada terrena é uma oportunidade de plantar e colher frutos para a eternidade, acumulando “riquezas espirituais” em nossos corações.
Desvendando “Epithymeo”: A Natureza Profunda do Desejo
O termo chave explorado neste estudo é Epithymeo (Strong G1937), que significa “girar em torno de algo, ter um desejo por, anelar, desejar, cobiçar, ansiar”. A sede dos nossos desejos reside na alma, que utiliza o corpo para manifestá-los. A carne, corrompida pela semente do maligno, incita a alma, e esta, conectada ao cérebro, pode ser facilmente seduzida.
A Pastora Sandra nos convidou a uma analogia: nossa alma como uma “taça de ouro”, nosso verdadeiro eu imaterial, que herdará a vida eterna. É esta alma que sente, deseja e pensa. A carne, com sua propensão ao proibido, amplifica a tentação. Um exemplo prático é a “cobiça dos olhos”: vemos algo, desejamos, e esse desejo pode nos consumir se não for controlado.
A Composição de Epithymeo: Entendendo suas Raízes
Epithymeo é composta por duas palavras gregas:
- Epi (G1909): Uma preposição que significa “sobre, em cima de, perto de, contra”.
- Tumos (ou Thumos, G2372): Refere-se a uma “paixão, raiva, fúria, ira que ferve de forma imediata e logo se acalma”. Também associado ao “vinho da paixão” que pode enlouquecer ou destruir.
A Pastora destacou que Jesus, embora chamado de “comilão e beberrão”, possuía perfeito autodomínio (um fruto do Espírito), contrastando com a facilidade com que nos embriagamos com paixões descontroladas. A ira de Jesus no templo, seguida de cura, demonstra um domínio divino sobre essa emoção intensa.
Tumos, por sua vez, deriva de Tyo (G2380), que significa “sacrificar, imolar, matar”. A conexão é poderosa: a carne, com seus desejos (Epithymeo), milita contra o Espírito. Essa mesma dinâmica de inveja e ira levou à crucificação de Jesus, o Cordeiro Pascal.
“Epithymeo” em Ação: Exemplos Bíblicos Esclarecedores
Vejamos como este desejo intenso se manifesta nas Escrituras:
O Olhar que Cobiça: A Pureza do Coração (Mateus 5:28)
“Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura (Epithymeou), no coração, já adulterou com ela.”
Jesus eleva o padrão, mostrando que o problema começa no coração, no desejo. A Pastora enfatizou que, com o Espírito Santo dominando nossa alma, podemos olhar para a beleza da criação de Deus sem cobiçar, tendo “bons olhos” e um coração puro. O ideal é ser pneumático (espiritual), não meramente sárquico (carnal) ou psíquico (intelectual).
O Anseio dos Profetas: Desejando Ver a Salvação (Mateus 13:17)
“Pois, em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram (Epithymeou) ver o que vedes e não viram; e ouvir o que ouvis e não ouviram.”
Aqui, Epithymeo descreve um anseio justo e profundo dos servos de Deus do Antigo Testamento, que desejavam ardentemente testemunhar a vinda do Messias e a clareza do Evangelho que temos hoje. A Pastora ressaltou que era “proibido” para eles terem o pleno conhecimento que nos foi revelado.
A Fome Devastadora do Filho Pródigo: O Desejo Desviado (Lucas 15:16)
“Ali, desejava (Epithymeou) ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada.” (Referindo-se ao Filho Pródigo)
Este é um exemplo de Epithymeo levado ao extremo da degradação. Após esbanjar sua herança, o filho pródigo chegou ao ponto de ansiar desesperadamente pela comida dos porcos. A Pastora Sandra e o irmão Vinícius usaram esta parábola para ilustrar que, apesar da nossa rebeldia e desvios, o Pai Celestial nos espera de braços abertos, como o pai do filho pródigo, pronto para nos restaurar. A experiência amarga do filho foi, paradoxalmente, o caminho de volta para casa.
O Desejo Humilde de Lázaro: Ansiando por Migalhas (Lucas 16:21)
“E desejava (Epithymeou) alimentar-se das migalhas que caíam da mesa do rico; e até os cães vinham lamber-lhe as úlceras.” (Referindo-se a Lázaro, o mendigo)
Lázaro, em sua miséria física, desejava apenas as migalhas, mas sua fé e confiança em Deus lhe garantiram um lugar no “seio de Abraão”. O rico, por outro lado, satisfeito em sua autossuficiência terrena, ignorou a Deus e ao próximo. Este Epithymeo de Lázaro, embora por necessidade básica, contrasta com a ganância e a indiferença. A Pastora esclareceu que a verdadeira riqueza não é material, mas a fé depositada em Jesus Cristo.
A Vitória Sobre os Desejos Desordenados e a Comunhão dos Santos
Como, então, vencer essa batalha interna? A resposta reside em nos submetermos ao Espírito Santo. Ele nos concede domínio próprio, nos purifica e nos capacita a alinhar nossos desejos com a vontade de Deus. A Palavra de Deus é nossa arma espiritual, como foi enfatizado ao longo do estudo.
O estudo culminou com a celebração da Santa Ceia do Senhor Jesus, um momento de profunda comunhão com Cristo e com os irmãos. Ao participarmos do pão e do vinho, lembramo-nos do sacrifício de Jesus, que nos lava de todo pecado e nos torna justiça de Deus. É um ato que anuncia Sua morte até que Ele venha, fortalecendo-nos para a jornada.
Conclusão: Cultivando Desejos Santos
Compreender “Epithymeo” é fundamental para a vida cristã. Nossos desejos podem nos levar à ruína ou, quando santificados pelo Espírito, podem nos impulsionar a buscar as coisas do alto. Que possamos, diariamente, escolher ser guiados pelo Espírito, permitindo que Ele transforme nossos anseios e nos conduza à estatura de varão perfeito em Cristo Jesus.