Claramente o Senhor está fazendo uso das coisas relativas a esse mundo para falar das coisas de valor eterno. Jesus nunca se contradisse e nem se precipitou em nenhuma circunstância, não importa quão difícil fosse. Ele não estava enaltecendo um homem em prejuízo de outro, como nós fazemos muitas vezes. Um exemplo disso do próprio Jesus e com testemunho do Espírito testificado pelo apóstolo Paulo, respectivamente:

“Respondeu-lhe Jesus: “Por que você me chama bom? Ninguém é bom, a não ser um, que é Deus.” (Mc 10‬:‭18‬)

“Irmãos, apliquei essas coisas a mim e a Apolo por amor a vocês, para que aprendam de nós o que significa: “Não ultrapassem o que está escrito”. Assim, ninguém se orgulhe a favor de um homem em detrimento de outro.” (1Co 4‬:‭6‬)

Aqui, percebemos os mesmos frutos, mostrando a qual natureza pertence. Jesus estava trazendo a imagem daquele que é verdadeiramente irrepreensível e bom, Deus; de quem viria essa nova raça de homens, cujo tesouro do coração é bom, porque procedem daquele que é a Verdade, o Espírito que é Luz, a qual as trevas não puderam apagar (Jo 1:5). Ele estava falando do homem oculto do coração ou ser interior, o espírito (Rm 7:22 ARA, TB e 1Pe 3:4), procedente d’Ele (1Co 2:11-12).

Perceba que essa analogia do Senhor sobre a árvore e seus frutos está também em Mateus 7:15-23. Nesse contexto, já inicia com uma advertência quanto aos falsos profetas que externamente são idênticos aos filhos do Reino ou ovelhas de Cristo, porque todos são seres humanos. Sabemos que nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra espíritos, os dominadores desse mundo de trevas (Ef 6:12). Lembra o que Jesus falou sobre os fariseus que queriam matá-lo? (Jo 8:44). Em outras palavras, almas vivendo em corpos físicos e esses vasos de barro são para todos que já nasceram aqui no mundo, pois foi assim que o próprio Criador determinou.

Jesus ensinou que não deveria julgar ou arrancar o joio antes da hora para não acontecer de ser ceifado o trigo também (Mt 13:29-30). Por que? Pelo amor às suas crianças que ainda podem apresentar um comportamento mundano ou carnal por não ter se desenvolvido plenamente em sua natureza espiritual ou eterna, exatamente pela propagação do engano que vem dos falsos mestres e profetas que produz letargia em aprender a verdade.

Sobre isso o apóstolo Paulo também testificou acerca das crianças espirituais, bem como das obras de cada um, em todo o capítulo 3 de 1 Coríntios, assim como do julgamento precipitado, 1Co 4:5, pois só o próprio Deus poderá distinguir o tipo de material utilizado por cada pessoa na feitura das obras, pois é segundo o tesouro contido no coração de cada uma. Embora, todas as obras sejam feitas através do corpo, e é sobre isso que está escrito, tanto em 2Co 5:10 quanto no texto de Mateus supracitado; especialmente nos versículos 21-23. Confira-os você mesmo!

Ora, como crianças poderão discernir tais coisas se não crescerem? E como crescerão se não forem instruídas corretamente? Pois apenas os que são espirituais discernem todas as coisas, e ele mesmo por ninguém é discernido (1Co 2:15). E até quanto a isso há engano. E acerca disso o mesmo Apóstolo adverte: “Pois tais homens são falsos apóstolos, obreiros enganosos, fingindo-se apóstolos de Cristo. Isso não é de admirar, pois o próprio Satanás se disfarça de anjo de luz. Portanto, não é surpresa que os seus servos finjam ser servos da justiça. O fim deles será o que as suas ações merecem.” (2Co 11‬:‭13‬-‭15‬)

Então, como fazer essa distinção como disse o nosso Senhor em Mateus 7:20? Que é a verdadeira instrução?

A própria Bíblia responde: ‭“Quem se alimenta de leite ainda é criança e não tem experiência no ensino da justiça. Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal.” (Hb 5‬:‭13‬-‭14‬)

Assim, saberemos discernir tanto o bem quanto o mal. Através do ensino da justiça que vem pela fé e não pelos padrões humanos (Jo 8:15 e 2Co 5:16). Porque os seres humanos erram, mas o Espírito não! Se aprendermos com Jesus que é o Espírito, andaremos nele e seremos mais do que vencedores. Ainda que venhamos errar, não permaneceremos prostrados, pois não importa quantas vezes o justo tropece, o Senhor sempre o levantará!

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