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Em nosso recente estudo bíblico, mergulhamos nas profundezas da bondade de Deus – o agathos mencionado em Gálatas 5:22 – para entender como essa característica divina se manifesta em nossa vida. A reflexão nos levou diretamente ao coração do Evangelho, explorando passagens transformadoras da carta de Paulo aos Romanos que respondem a uma das maiores lutas da fé cristã: o conflito entre nossa vontade e nossas ações.

O Sacrifício Incompreensível: O Amor que se Prova na Indignidade (Romanos 5)

A pastora Sandra Ribeiro iniciou a análise com uma pergunta poderosa, baseada em Romanos 5:7-8:

“Dificilmente alguém morreria por um justo, pois poderá ser que pelo bom (agathos) alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.”

A reflexão central é que a lógica humana de sacrifício falha em compreender a lógica divina. Enquanto poderíamos, talvez, considerar morrer por alguém de bondade excepcional, Deus demonstrou Seu amor no cenário mais improvável: por nós, quando ainda éramos “ingratos e maus”, mortos em nossos pecados.

Como foi explicado, “bom de verdade só tem um que é Deus”. Portanto, não haveria ninguém na terra digno de tal sacrifício. E mesmo que houvesse, qualquer sacrifício humano estaria contaminado pela natureza pecaminosa. Deus, em Sua presciência, já havia preparado o plano de salvação “desde a fundação do mundo”, provendo Ele mesmo o Cordeiro perfeito. Esse é o amor que não espera por nosso merecimento, mas que se entrega para nos justificar e nos dar vida.

O Conflito Interno: “Não Faço o Bem que Prefiro” (Romanos 7)

Após estabelecer a base do amor de Deus, o estudo avançou para o diagnóstico da nossa condição humana, um campo de batalha interno descrito com precisão em Romanos 7:18-19:

“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.”

Essa passagem expõe o paradoxo que assola todo cristão. Por que, mesmo amando a Lei de Deus e desejando praticá-la, nos encontramos tão frequentemente fazendo o contrário?

A explicação dada no estudo é clara: a Lei é “santa, e o mandamento, santo, e justo, e bom” (Romanos 7:12). Sua função, no entanto, não é capacitar a natureza carnal que por si mesma é fraca, incapaz, corrupta, mas sim revelar a malignidade do pecado que habita em nossa carne. Logo, ela age como um espelho, mostrando nossa total incapacidade de alcançar o padrão de Deus por nossa própria força. A natureza carnal, como foi dito, “cobiça as coisas do Espírito”, mas não tem o poder de realizá-las. Somos escravos daquilo que nos domina, e sem uma intervenção divina, estamos presos a este ciclo de derrota.

A Única Solução: Rendição ao Senhorio de Jesus Cristo

Se a Lei revela o problema e a carne é incapaz de resolvê-lo, qual é a saída? A conclusão do sermão aponta para a única solução eficaz e definitiva: a vida no Espírito.

A vitória não está em tentar mais, em se esforçar mais ou em acumular mais conhecimento. A verdadeira transformação acontece quando deixamos de tentar ser senhores de nós mesmos e nos rendemos ao único Senhor que salva: Jesus Cristo é o Senhor. É um convite para “rejeitar a si mesmos” e permitir que a vida de Cristo, através do Espírito Santo, opere em nós.

O chamado final é para que sejamos continuamente alimentados pela Palavra, a “raiz da verdadeira natureza eterna”. Assim, quando invocamos Jesus como Senhor de nossas almas e nos submetemos ao Seu Espírito, trocamos a escravidão do pecado, que redunda em morte, pela “escravidão” de Cristo, que redunda em justiça, paz e vida eterna. A luta não cessa, mas agora temos Aquele que luta por nós e em nós, nos capacitando a viver uma vida que O agrada.

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