Odiar os Inimigos? A Verdade Chocante sobre o Joio, o Trigo e o Custo do Discipulado | Gálatas 5:20

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Você já se chocou com as palavras de Jesus? “Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo”. “Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada”. “Se alguém… não odiar seu próprio pai, e mãe… não pode ser meu discípulo”. Essas declarações parecem contradizer a imagem de um Deus de amor. No entanto, o que realmente significam?
Neste estudo bíblico, conduzido pela Pastora Sandra Ribeiro e pelo irmão Vinícius, mergulhamos nas Escrituras para desvendar essas verdades profundas, que revelam a natureza da nossa batalha espiritual e o verdadeiro custo de seguir ao Senhor Jesus Cristo. Partindo de Gálatas 5:20, onde o “ódio” (inimizades) é listado como uma obra da carne, descobrimos uma mensagem que transforma nossa compreensão sobre família, inimizades e o próprio Evangelho.
Desvendando a Raiz da Inimizade: O que é “Echthros”?
Tudo começa com uma palavra grega: Echthros (G2190). Esta é a palavra usada para “inimigo” nos evangelhos. Ela não descreve um simples desafeto, mas uma hostilidade ativa e odiosa, uma oposição fundamental. O dicionário de Strong a define como “odioso, detestável, hostil, que detesta e se opõe ao outro”. Crucialmente, é usada para descrever “pessoas que estão em inimizade com Deus por seus pecados”.
A raiz de toda inimizade que experimentamos no mundo é, em última análise, uma inimizade contra Deus. E essa hostilidade reside na nossa natureza caída, na “carne”.
“Amai os Vossos Inimigos”: Um Mandamento Impossível para a Carne
Com a definição de Echthros em mente, a ordem de Jesus em Mateus 5:44 ganha uma nova dimensão:
“Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.”
O irmão Vinícius destaca a impossibilidade dessa ação para a natureza humana. “Um apresentador uma vez disse ‘isso é impossível’. E realmente, para a natureza humana é. Não consegue, não tem como.” Esse amor não é um sentimento, mas uma ação do Espírito Santo em nós. Não significa conviver ou ser “saco de pancada”, mas desejar o bem supremo para aquela pessoa: que ela conheça ao Senhor Jesus Cristo e seja transformada. É reconhecer que nossa luta “não é contra a carne nem sangue, mas contra principados e potestades” (Efésios 6:12).
“Não Vim Trazer Paz, Mas Espada”: A Guerra Espiritual Dentro de Casa
A declaração de Jesus em Mateus 10:34-36 é uma das mais contundentes:
“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai… e assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa.”
A “espada” que Jesus traz não é uma arma física, mas a Palavra de Deus, a espada do Espírito. Ela veio para travar a guerra entre o Reino da Luz e o reino das trevas. Como a carne é, por natureza, inimiga de Deus (Romanos 8:7), a chegada da Verdade de Cristo Jesus em um ambiente — especialmente em uma família — inevitavelmente cria um conflito. Ela expõe a oposição que já existe no coração carnal.
O Verdadeiro Significado de “Odiar” a Própria Família
Essa lógica nos leva ao clímax da questão em Lucas 14:26:
“Se alguém vem a mim e não odeia seu próprio pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.” OL
Odiar, aqui, não é ter um sentimento de rancor pela pessoa. É rejeitar e odiar as “obras da carne” que se manifestam através daqueles que amamos. A pastora Sandra Ribeiro esclarece: “Não é odiar de você ter ódio da sua família… É odiar todas as obras da carne. Não importa se está travestido do seu pai, da sua mãe, ou do seu esposo… Eu o amo, eu amo a pessoa… Mas eu não amo as obras da carne”. Trata-se de uma questão de prioridade radical: o Senhor Jesus Cristo deve estar acima de todos os laços, e Sua vontade deve prevalecer sobre os desejos e manipulações que vêm da natureza carnal, mesmo dos mais próximos.
O Custo do Discipulado: Você Já Calculou?
Seguir ao Senhor Jesus tem um preço. Em Lucas 14:28-33, Jesus usa duas parábolas para ilustrar isso: a do homem que constrói uma torre e a do rei que vai à guerra. A mensagem é clara: calcule o custo.
“Não se deve começar a seguir-me enquanto não tiver pensado no custo que isso implica… ninguém pode tornar-se meu discípulo sem ter primeiro calculado bem o que isso representa. E sem ter renunciado a tudo, por amor a mim.”
O custo é a renúncia à soberania da nossa própria alma, a disposição de ter nossa vontade contrariada pelo Espírito Santo e a submissão total ao senhorio de Jesus.
O Inimigo no Campo: A Parábola do Joio e do Trigo
Assim, para ilustrar a batalha no cenário mais amplo da igreja, Jesus conta a parábola do Joio e do Trigo em Mateus 13. A explicação é direta:
- O campo é o mundo.
- A boa semente são os filhos do Reino.
- O joio são os filhos do Maligno.
- O inimigo (Echthros) que semeou o joio é o Diabo.
Essa parábola nos ensina que o inimigo ativamente semeia falsos crentes entre os verdadeiros. O joio e o trigo são muito parecidos enquanto crescem, e tentar arrancá-lo antes do tempo pode danificar o trigo. A separação final e definitiva será feita por Deus, através dos anjos, na “ceifa”, que é a consumação do século.
Conclusão: Sendo Sal e Crescendo na Verdade
A mensagem é um chamado à maturidade. Precisamos da Palavra de Deus para discernir entre o que é da carne e o que é do Espírito, tanto em nós quanto nos outros. Devemos odiar o pecado e as obras da carne, mas amar as pessoas com o amor de Cristo Jesus, que leva à Salvação.
Portanto, ser um discípulo do Senhor Jesus Cristo é um caminho de renúncia, obediência e fé na Sua Palavra, que é a nossa única arma. Como Jesus adverte no final do capítulo 14 de Lucas, devemos ser o “sal” que não perdeu o sabor. Que possamos ter ouvidos espirituais para ouvir, coragem para calcular o custo e fé para crescer continuamente na graça e no conhecimento do nosso Senhor Jesus Cristo.