Peripateô – O Caminhar e a Vida na Verdade da Palavra | GÁLATAS 5 | IMERSOS NO ESPÍRITO

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Introdução: Desvendando a Profundidade do “Caminhar” Bíblico
Você já parou para pensar na riqueza escondida nas palavras originais da Bíblia? No nosso mais recente estudo da série “Imersos no Espírito”, conduzido pela Pastora Sandra Ribeiro e o irmão Vinícius, mergulhamos no termo grego “Peripateô” (περιπατέω). Este não é um simples “andar”, mas um conceito que abrange nosso modo de viver, nossa conduta e nosso progresso na fé. Assim como as raízes profundas de um cedro sustentam uma árvore imponente, compreender as raízes das palavras bíblicas nos firma na verdade e nos impede de julgar mal as Escrituras.
A Raiz de “Peripateô”: Entendendo para Viver
A palavra “Peripateô” é uma junção de “peri” (a respeito de, em torno de, junto a) e “pateo” (pisar, esmagar com os pés, avançar). Este “avançar” implica enfrentar os perigos e maquinações que Satanás usa para se opor à pregação do Evangelho. Ignorar essa profundidade é como tentar entender uma árvore olhando apenas para seus galhos mais altos, sem considerar o complexo sistema de raízes que a nutre e sustenta. Este estudo nos convida a ir além da superfície, buscando o pleno conhecimento que o Espírito Santo nos oferece.
A Alegria de “Peripatear” na Verdade e a Responsabilidade da Liderança Espiritual
O apóstolo João expressa uma alegria imensa ao ouvir que seus filhos espirituais “andam (peripateô) na verdade” (3 João 1:3-4). Ele diz:
“Pois fiquei sobremodo alegre pela vinda de irmãos e pelo seu testemunho da tua verdade. Como tu andas [peripateô], na verdade anda… Não tenho maior alegria do que esta: a de ouvir que meus filhos andam [peripateô] na verdade.”
Esta alegria contrasta com a tristeza e o prejuízo (“alusiteles”) que surgem quando o caminhar dos fiéis não condiz com a Palavra, como alertado em Hebreus 13:17:
“Obedeçam aos seus líderes e sejam submissos a eles, pois zelam pela alma de vocês, como quem deve prestar contas. Que eles possam fazer isto com alegria e não gemendo. Do contrário, isso não trará proveito nenhum para vocês.”
“Alusiteles”: O Perigo da Vida Improdutiva
A palavra grega “alusiteles” (sem proveito, prejudicial) é crucial aqui. Ela é formada pela partícula negativa “a” e “lusitelei” (ser útil, pagar impostos, valer a pena), que por sua vez deriva de “lusis” (libertação, separação) e “telos” (fim, propósito, resultado). Quando não há submissão à Palavra e à liderança espiritual genuína, a vida se torna improdutiva, não alcançando o “telos” – o propósito divino. É como Lázaro, que após ser ressuscitado (João 11:43-44), precisou ser desatado (“Desatai-o e deixai-o ir”). Rejeitar a direção do Espírito é como querer permanecer nas amarras da morte, mesmo após receber a vida.
O Poder das Palavras e o Discernimento no Cotidiano
Nosso “peripateô” é influenciado pelas palavras que proferimos. Quantas vezes usamos expressões como “estou morrendo de vontade”, semeando morte em nossa linguagem? A Pastora Sandra nos exorta a usar nossa língua para declarar bênçãos e vida, pois “na língua está o poder da vida e da morte” (Provérbios 18:21, paráfrase). Devemos discernir entre alimentar nosso corpo físico e alimentar “a carne” (as obras da velha natureza), pois o bom discernimento da Palavra é útil para todas as áreas da vida.
Discernindo a Verdadeira Liderança em um Mundo de Ilusões
O estudo de Hebreus 13:17 em diversas traduções reforça a necessidade de obedecer e submeter-se aos líderes espirituais que cuidam de nossas almas com a perspectiva da eternidade. Assim como confiamos em motoristas e pilotos que não conhecemos, deveríamos confiar ainda mais naqueles que, guiados pelo Espírito, nos ensinam a Palavra. O objetivo da verdadeira liderança não é buscar fama, dinheiro ou influência humana, mas edificar o Corpo de Cristo.
Rejeitando a Falsa Prosperidade e Abraçando a Verdadeira Riqueza
Cuidado com a “teologia da prosperidade” que foca em bens materiais e ostentação. A verdadeira prosperidade é espiritual, é conhecer ao Senhor Jesus Cristo, andar em Sua luz e justiça. Os filhos da luz devem ser sagazes como as serpentes e mansos como as pombas, usando a sabedoria que vem do alto para navegar neste mundo. Nosso caminhar deve ser uma fragrância de Cristo, mostrando que Ele é vida, paz e verdadeira liberdade, não um conjunto de regras opressoras.
“Peripateô” no Apocalipse: O Caminhar Escatológico dos Filhos de Deus
O livro de Apocalipse utiliza “Peripateô” de forma significativa, revelando aspectos cruciais do nosso caminhar final:
- Cristo entre as Igrejas (Apocalipse 2:1): Jesus “anda (peripateô) no meio dos sete candeeiros de ouro”, mostrando Sua presença ativa e supervisão sobre Sua Igreja.
- A Pureza dos Vencedores (Apocalipse 3:4): Em Sardes, alguns “não contaminaram as suas vestiduras e andarão (peripateô) de branco junto comigo, pois são dignas.” Ser “digno” (axios) é ter o peso e valor correspondente à santidade de Cristo.
- A Impotência dos Ídolos (Apocalipse 9:20): Aqueles que adoram ídolos “que nem podem ver, nem ouvir, nem andar (peripateô)”, demonstram a futilidade da idolatria em contraste com o Deus vivo.
- Vigilância e Vestes Espirituais (Apocalipse 16:15): “Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande (peripateô) nu e não se veja a sua vergonha.” A vigilância é do Espírito Santo em nós, guardando-nos, pois as almas são incapazes de fazê-lo.
- O Caminhar na Nova Jerusalém (Apocalipse 21:24): “As nações andarão (peripateô) mediante a sua luz, e os reis da terra lhe trazem a sua glória.” Uma visão do glorioso futuro que aguarda os redimidos.
Conclusão: Abrace a Jornada do “Peripateô”
Portanto, o chamado é claro: devemos “peripatear” – viver, conduzir-nos, progredir – na verdade da Palavra de Deus. Isso implica um mergulho constante no Espírito, uma submissão alegre à Sua direção (muitas vezes manifesta através de líderes espirituais), e uma vigilância para manter nossas vestes espirituais puras. Que nossa maior alegria seja ouvir e praticar a Palavra, frutificando para a glória de Deus e experimentando a plenitude da vida que Ele preparou para nós no Senhor Jesus Cristo.