A vida no Espírito vai se traduzir em santidade no corpo

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O feijão e os boletos
Lembro-me de quando mais jovem nós não tínhamos condições suficientes para comprar um feijão que pudesse ser cozido sem a necessidade de fazer a separação dos grãos bons, dos que não prestavam. E assim era um por um, até que pudesse utilizar a parte limpa e jogar fora o que não prestava. Pensemos agora, a partir desse exemplo simples da vida diária, na santidade progressiva (baseado em Hb 10:14), como alguns gostam de chamar com relação ao nosso corpo ou vaso de barro. Como assim?
Quando nascemos de novo, é de forma espiritual, pois é daquele que é o amor que lança fora aquele outro espírito invasor que nos tornava almas escravas e medrosas (1Jo 4:18 e Lc 11:22). Mas esse amor precisa estar plenamente em nossa consciência ou seja, maduros nele para que a nossa fé (fruto do espírito, Gl 5:22; 2Co 10:15), possa amadurecer cada vez mais e gerar novos frutos em nosso ser novo nascido (Cl 1:10). Para isso, precisamos da palavra de Deus que é a verdade; é por ela que somos santificados (Jo 17:17), a separação da luz e das trevas naquela parte humana, comprada pelo sangue de Jesus (Ef 1:7). É pela palavra que a fé é gerada e todo o movimento das águas purificadoras acontece. Vejamos Tito 3:5b, parafraseando: lavar está no infinitivo, não se aplica a um determinado tempo, significa que ainda está atuando, ainda agora a restauração dessa parte herdada de Adão para o padrão de antes da queda; e renovador aqui é sobre o espírito que vai se renovando dia a dia pelo Espírito Santo. Ver 2Co 4:16.
Então, pela justiça da fé o Espírito Santo nos mostra quem nós somos em Cristo, mudando a nossa forma de pensar que antes estava completamente impregnada dos padrões do mundo, amoldando-os aos de Deus e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo Jesus e destruindo todas as fortalezas que se levantam contra o conhecimento de Deus (2Co 10:4-5). Tudo isso pela verdade do evangelho de Jesus.
Assim, conforme isso vai ganhando proporção em nossa alma (sede da mente, pensamentos e emoções), mais as atitudes que eram movidas pelas emoções e as demais faculdades em nós vão deixando de ter força, pelo lavar constante e contínuo da palavra pelo Espírito. É a lógica, mexa com água limpa e estará se limpando; mexa com água suja e estará se sujando.
Jesus nos advertiu sobre isso: o ladrão vem somente para roubar, matar e destruir (Jo 10:10) e permanece fazendo isso até hoje. E também que o nosso adversário anda em torno de nós buscando a quem devorar (1Pe 5:8). Ele é espírito, não dorme nem descansa, assim como os seus servos.
Então, usando da ilustração do início sobre a separação dos grãos de feijão, ainda que venhamos limpar e separar as partes, isso deve ser contínuo, pois a fome vem.
Agora, veja, o maligno e sua atuação é semelhante aos boletos que a gente paga e novos já estão sendo gerados e vindo frequentemente, de acordo com as nossas “necessidades” e abro aspas, pois nem tudo que pensamos ser necessário, realmente é; às vezes é só resultado de maus hábitos ou concupiscências.
Porém, viver é preciso, se alimentar e pagar por tudo que consumimos e foi por isso que o Senhor nos deu um espírito de coragem, amor e equilíbrio (2Tm 1:7) e não de de covardia ou medo. Nós que nascemos de Cristo somos santos em espírito porque viemos d’Ele (1Jo 3:9; 4:6 e 5:18), mas nossa parte natural não. Pois nossa alma é quem pratica o pecado pelas obras da carne com o corpo e é no corpo desta carne ou matéria que herdamos dos nossos pais e todos descendem de Adão e Eva e já existia aqui no mundo antes de aceitar Jesus. Sendo essa parte que carece da glória de Deus que está na nova natureza. Sim, temos essas duas naturezas distintas em conflito o tempo todo (Gl 5:17).
Ela que é tendenciosa às paixões fomentadas pelo espírito contrário que governa esse mundo de trevas (1Jo 5:19). Ele se utiliza dos impulsos da carne pecaminosa que ainda está em nós (Rm 7:20) e perturba a alma que precisa ser restaurada, sofrer a regeneração, pois o corpo, apesar de ser formado da carne afetada, cujo sangue está corrompido, não vai realizar ou produzir as obras mortas das trevas sem o auxílio da alma. Por isso, João disse que se dissermos (e estava se incluindo, pelo pronome, nós implícito) que não temos pecado mentimos, mas se confessarmos, o sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado (1Jo 1:7-10). Isso é reconhecimento da necessidade X suprimento disponível da graça abundante.
Assim, se aprendermos a viver pelo Espírito jamais satisfaremos os desejos da carne (Gl 5:16,25) e a santidade será completada em nós em todo o nosso ser (corpo, alma e espírito). Aleluia!