O que é Longanimidade e Como Viver o Fruto da Paciência?
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Em nosso contínuo mergulho no Fruto do Espírito, detalhado em Gálatas 5:22, chegamos a uma virtude crucial, porém muitas vezes mal compreendida: a longanimidade. Derivada da palavra grega makrothymia, ela vai muito além de uma simples paciência; é a capacidade de perseverar com firmeza, de manter o ânimo diante das provações e de tolerar as fraquezas alheias sem perder o propósito. É, em essência, ter um “pavio longo” forjado pelo próprio Deus.
Neste estudo, guiado pelo Espírito Santo, vamos explorar como essa característica divina se manifesta na vida do cristão e por que ela é um sinal indispensável da nossa filiação celestial.
O Exemplo de Timóteo: Fidelidade que Gera Frutos
O apóstolo Paulo, ao escrever a seu filho na fé, Timóteo, destaca a longanimidade como uma marca de um discipulado autêntico. Em 2 Timóteo 3:10, ele diz:
“Tu, porém, tens seguido de perto o meu ensino, procedimento, propósito, fé, longanimidade, amor, perseverança.”
Timóteo não era um seguidor distante. Ele acompanhava Paulo “de perto”, com zelo e cuidado, absorvendo não apenas a doutrina, mas o modo de viver que brotava dela. A longanimidade, aqui, está inserida em um conjunto de virtudes que demonstram um resultado prático da fé. Como explicado na pregação: “Cabe ao discípulo ser como seu mestre… Ele estava recebendo, praticando, vivendo o mais rápido, o mais enfaticamente que ele podia fazer.” Viver a longanimidade é, portanto, um ato de imitação fiel a Cristo e aos líderes espirituais que Ele estabelece.
A Missão do Discípulo: Pregar com Paciência e Sã Doutrina
A longanimidade não é uma virtude passiva; ela é uma ferramenta ativa na obra de Deus. Em 2 Timóteo 4:2, Paulo instrui Timóteo a pregar a Palavra (em tempo e fora de tempo) e a corrigir, repreender e exortar “com toda a longanimidade e doutrina”.
- “pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo; corrija, repreenda, encoraje com toda a paciência e ensino.” 2Timóteo 4:2 NVI
- “que pregue a palavra, insista, quer seja oportuno, quer não, corrija, repreenda, exorte com toda a paciência e doutrina.” 2Timóteo 4:2 NAA
- “que pregue insistentemente a palavra de Deus em todos os momentos, sempre que tiver a oportunidade, a tempo e fora de tempo, quando for conveniente e quando não for. Corrija e repreenda, estimule-os a fazer o bem, e esteja todo o tempo alimentando as pessoas pacientemente com a palavra de Deus.” 2 Timóteo 4:2 NBV
Por que a longanimidade é tão essencial para o ensino? Porque a sabedoria humana é falha e impaciente. A correção que edifica deve vir exclusivamente da Palavra de Cristo Jesus. Como foi ressaltado: “Quem quer admoestar, quem quer ensinar, corrigir, repreender, tem que ser pela sã doutrina… Se manter nessas características e nesse mesmo ensino, nessa mesma doutrina, continuamente.” Assim, a longanimidade nos impede de desistir das pessoas, permitindo que o Espírito Santo trabalhe nelas através da verdade, no tempo de Deus.
Filhos Legítimos ou Bastardos? A Correção Divina Como Prova de Paternidade
Este é talvez o ponto mais profundo e confrontador do nosso estudo. A carta aos Hebreus nos dá uma perspectiva transformadora sobre as dificuldades da vida. Hebreus 6:12 nos adverte a não nos tornarmos “indolentes” (do grego nothros, que significa lento, preguiçoso e até mesmo ilegítimo, bastardo), mas a sermos “imitadores daqueles que, pela fé e longanimidade, herdam as promessas.”
A indolência espiritual surge quando rejeitamos a disciplina do Pai. As tribulações não são acidentes; são oportunidades que Deus usa para nos limpar e moldar. A forma como respondemos a essa correção define nossa identidade. Hebreus 12:8 é categórico:
“Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo sois bastardos e não filhos.”
Rejeitar a Palavra que nos confronta é rejeitar o cuidado do Pai. O irmão esclarece: “Se a gente não ultrapassa essas situações, mas ficamos rodando, porque rejeitamos seguir combatendo com a Palavra… nós estamos nos comportando automaticamente por uma natureza que se coloca numa condição, uma posição de ilegítimo, bastardo.” A longanimidade, portanto, é a força que recebemos de Deus para perseverar sob a Sua mão formativa, provando que somos Seus filhos amados.
A Longanimidade que Salva: A Confirmação de Pedro sobre Paulo
Finalmente, o estudo se encerra com uma poderosa declaração do apóstolo Pedro. Em 2 Pedro 3:15, ele escreve:
“E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada.”
Nesta passagem, vemos a beleza da unidade do Corpo de Cristo. Pedro, a coluna da igreja para os judeus, não apenas valida o apostolado de Paulo, mas reconhece seus escritos como Escritura Sagrada, inspirada pela sabedoria do alto. Ele admite que há coisas “difíceis de entender” nos escritos de Paulo, mas que os “ignorantes e instáveis” as deturpam para sua própria destruição.
Logo, isso nos ensina que a longanimidade de Deus nos dá tempo para crer e ser salvos, e que devemos abordar as Escrituras com humildade, sabendo que elas vêm do mesmo Espírito. Foi o próprio Jesus quem escolheu Paulo e lhe deu uma revelação tão profunda.
Cultivando a Longanimidade em Nossas Vidas
Portanto, viver em longanimidade é um chamado para sermos ativos, e não passivos. É rejeitar a natureza carnal enquanto buscamos ativamente o Espírito. É aceitar a correção do Pai com um coração grato, sabendo que ela nos confirma como filhos. É sermos pacientes com os outros, assim como Deus é paciente conosco. Que possamos, a cada dia, manifestar esse precioso fruto, para a glória de Cristo Jesus.






