Keimai: Fomos Designados para as Tribulações? | IMERSOS NO ESPÍRITO

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Você já se perguntou por que, mesmo servindo a Deus, enfrentamos lutas, aflições e momentos de fraqueza? Já sentiu que há um propósito maior por trás do sofrimento, mas não conseguiu compreendê-lo plenamente? Em nosso mais recente estudo da série “Imersos no Espírito”, mergulhamos na palavra grega “Keimai” (Κεῖμαι) para desvendar uma das verdades mais profundas e confrontadoras da vida cristã.
Através de uma análise minuciosa das Escrituras, a Pastora Sandra Ribeiro e o irmão Vinícius, com a participação do nosso amado irmão Elio, nos guiaram por uma jornada que revela nossa posição no mundo espiritual e o plano soberano de Deus em meio à batalha que enfrentamos.
O Que Significa “Keimai”? A Palavra-Chave da Batalha Espiritual
O estudo se aprofunda no termo “Keimai” (Strong G2749), que, no original grego, carrega um sentido passivo de “ser posto”, “deitar”, “estar estabelecido” ou “ser designado”. Como vimos na pregação, seu significado se desdobra de maneiras fascinantes ao longo da Bíblia:
- Algo que foi colocado em um lugar (um trono, uma cidade).
- Uma lei que foi estabelecida ou promulgada.
- Uma pessoa que foi designada ou incumbida de uma tarefa.
- E, de forma chocante, algo que “jaz” ou “está posto” sob o poder do mal.
Com essa base, o estudo nos mostra como essa única palavra conecta o propósito de Deus para os Seus filhos com a realidade do mundo caído.
Designados para um Propósito: O Exemplo de Paulo
A primeira aplicação poderosa de “Keimai” aparece na vida do Apóstolo Paulo. Em Filipenses 1:16, ele afirma:
“Estes, por amor, sabendo que estou incumbido (keimai) da defesa do evangelho.”
Paulo não via sua prisão como um acidente ou um fracasso, mas como uma designação divina. Suas correntes, em vez de silenciá-lo, ampliaram o alcance do Evangelho. Como foi ressaltado no estudo, “as coisas que me aconteceram têm, antes, contribuído para o progresso do evangelho” (Fp 1:12). Isso nos leva a uma verdade fundamental explorada em 1 Tessalonicenses 3:3:
“a fim de que ninguém se inquiete com estas tribulações; porque vós mesmos sabeis que para isto fomos designados (keimai).”
Não somos designados para a destruição, mas para que o poder de Deus se manifeste em nossa fraqueza. A tribulação (“thlipsis”, a mesma palavra usada por Jesus em “no mundo tereis aflições”) se torna o palco para o livramento de Deus, assim como foi com José no Egito.
A Leve e Momentânea Tribulação que Produz Glória
O estudo nos lembrou que essa perspectiva transforma nosso sofrimento. Ele se torna uma “leve e momentânea tribulação” que “produz para nós eterno peso de glória” (2 Coríntios 4:17). É na fraqueza que o poder de Cristo opera, pois, como disse Jesus a Paulo, “a minha graça te basta”.
A Lei “Posta” para os Transgressores: Uma Reflexão Sobre a Origem do Mal
Por que a lei existe? 1 Timóteo 1:9 nos dá a resposta, usando novamente nossa palavra-chave:
“…tendo em vista que não se promulga (keimai) lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes…”
A lei não foi feita para quem já anda em retidão, mas para expor o pecado que já habita na carne. Essa verdade nos levou a uma profunda reflexão sobre a Queda em Gênesis. Adão e Eva não precisariam de uma proibição se não houvesse a possibilidade da transgressão. Eles tinham a liberdade de escolher, mas, como o estudo destacou, a questão central foi a quem eles decidiram ouvir.
Ainda Conversamos com a Serpente?
A reflexão proposta foi: “quantos ainda conversam com a serpente hoje em dia?”. Em vez de buscar a Deus, o Criador que lhes deu um paraíso, eles deram ouvidos a uma criatura, julgando-se sábios o suficiente para questionar a Palavra de Deus. Eles escolheram a semente da desobediência e, consequentemente, colheram o fruto da morte. A responsabilidade foi inteiramente deles.
Isso nos convida a examinar nossos próprios corações: a quem damos ouvidos quando confrontados com tentações que contradizem o que Deus nos ensinou?
O Confronto Final: O Mundo “Jaz no Maligno” ou Somos “de Deus”?
Este é o clímax do estudo, o versículo que amarra todas as pontas: 1 João 5:19.
“Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz (keimai) no maligno.”
Aqui, a palavra “Keimai” revela a dura realidade da batalha espiritual. Não existe terreno neutro. Ou uma pessoa “é de Deus” — nascida do Espírito, pertencente a Ele e vive por Ele —, ou ela “está posta” sob o domínio e a influência do maligno (não é um filho de Deus ou, mesmo que seja filho de Deus, continua com práticas carnais que o condenam juntamente com aqueles que são do mundo). Como foi afirmado na pregação, nós mesmos já fomos joio nesse campo, mas fomos transformados em trigo pela semente incorruptível de Cristo. Essa passagem nos força a uma autoanálise: qual é a nossa verdadeira posição (“keimai”)?
A Certeza da Soberania: O Trono “Estabelecido” no Céu
Apesar da realidade de um mundo que jaz no maligno, o estudo termina com uma nota de esperança e soberania absoluta, encontrada em Apocalipse 4:2:
“Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado (keimai) no céu um trono, e, no trono, alguém sentado.”
A mesma palavra usada para descrever a condição do mundo é usada para afirmar a posição eterna e inabalável do trono de Deus. Ele está “estabelecido”. Ele é soberano. Nada acontece fora de Sua permissão, e Seu plano de redenção jamais será frustrado. O trono de Deus é a nossa garantia final de que, embora designados para passar por tribulações neste mundo, nossa vitória final está assegurada n’Aquele que está assentado no trono.
Nossa posição (“keimai”) neste mundo pode ser de luta, mas nossa identidade no Senhor Jesus Cristo é de filhos vitoriosos, destinados a reinar com Ele para sempre.