MARTYS – A verdadeira TESTEMUNHA | Comunhão dos santos: GÁLATAS 5 | IMERSOS NO ESPÍRITO

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Mergulhar nas Escrituras é descobrir tesouros que transformam nossa compreensão e vivência da fé. Na mais recente sessão de “Imersos no Espírito”, parte da série sobre a carta aos Gálatas no podcast “Segundo o Espírito da Verdade do Evangelho”, a Pastora Sandra Ribeiro nos conduziu por uma análise profunda de Gálatas 5:3, focando no poderoso conceito de ser uma “Martys” – uma testemunha – em Cristo. Este estudo não apenas elucida um termo grego, mas redefine nosso chamado e nossa responsabilidade como cristãos no mundo.
Desvendando Gálatas 5:3: O Ponto de Partida da Testemunha
O apóstolo Paulo, escrevendo aos Gálatas, faz uma declaração forte no versículo 3 do capítulo 5:
“De novo, testifico [na NVI: declaro] a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei.” (Gálatas 5:3 – ARA/NVI)
A palavra chave aqui, traduzida como “testifico” ou “declaro”, é martiromai no grego. Sua raiz, Martys, significa “testemunha”. Paulo não está apenas falando; ele está prestando um testemunho solene, quase legal, sobre as implicações de retornar à lei. Mas o que realmente significa ser essa “Martys” no contexto bíblico mais amplo?
Quem é a Testemunha (Martys) Segundo as Escrituras?
Definição e Contexto: Mais do que um Observador
O estudo revelou que “Martys” carrega múltiplos níveis de significado:
- Sentido Legal: Alguém que depõe em uma disputa (como visto em Mateus 18:16: “para que pelo depoimento de duas ou três testemunhas [Martys] toda palavra se estabeleça.”).
- Sentido Histórico: Alguém que presenciou um evento.
- Sentido Ético: Alguém cuja vida e, por vezes, morte violenta, provam a genuinidade e força da sua fé em Cristo – o mártir.
As Primeiras Testemunhas: Os Apóstolos e o Poder do Espírito
Jesus designou Seus seguidores como testemunhas diretas de Sua vida, morte e, crucialmente, ressurreição. Essa não era uma tarefa que poderiam cumprir por si mesmos. A capacitação divina era essencial:
“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas [Martys] tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” (Atos 1:8)
Como a pastora Sandra explicou, eles só poderiam ser testemunhas depois de receberem o poder do Espírito Santo. Esse poder os habilitou a proclamar e demonstrar a realidade de Cristo ressuscitado (Atos 2:32, 3:15). Eles eram testemunhas oculares (Atos 1:22), pessoas que andaram com Cristo e sabiam que Ele era o Messias real.
Jesus: O Cordeiro de Deus e o Sacrifício Supremo
A análise de Atos 3:15 (“matastes o Autor da vida”) levou a uma profunda reflexão sobre o sacrifício de Cristo. Como matar Aquele que dá a vida? A resposta reside na compreensão de Jesus como o Cordeiro de Deus, prefigurado nos sacrifícios do Antigo Testamento.
Da Sombra à Realidade: Os Sacrifícios e o Cordeiro de Deus
Os sacrifícios de animais no Antigo Testamento, como detalhado em Levítico (ex: Levítico 17:11, sobre o sangue que faz propiciação), eram sombras, apontando para uma realidade maior. A pergunta de Isaque a Abraão em Gênesis 22:7 e a resposta profética de Abraão no versículo 8 são cruciais:
“Disse Abraão: Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto.” (Gênesis 22:8b)
A pastora enfatizou: “Deus estava falando do filho dele [Jesus]… Esse Cordeiro que Deus proveu… Eis aí o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29)”. O sacrifício de Jesus, o Deus-homem (cuja parte humana pôde morrer), foi o cumprimento definitivo, a substância que tornou os sacrifícios anteriores obsoletos. Ele resolveu a questão do pecado de uma vez por todas (Hebreus 9:28).
A Jornada da Testemunha: Capacitação e Integridade
Ser testemunha não é um evento único, mas um processo de crescimento e aprendizado, como visto na vida do apóstolo Paulo.
O Processo de Aprendizado e a Comissão Divina
Quando Jesus apareceu a Paulo, Ele o comissionou especificamente:
“Mas levanta-te e firma-te sobre teus pés, porque por isto te apareci: para te constituir ministro e testemunha [Martys], tanto das coisas em que me viste como daquelas pelas quais te aparecerei ainda.” (Atos 26:16)
Isso mostra, como ressaltado no estudo, que o aprendizado é contínuo. Paulo não recebeu tudo de uma vez; o Espírito Santo o ensinou progressivamente, o que se reflete na segurança e profundidade de suas cartas posteriores.
Vivendo o Testemunho: Sem Bajulação ou Ganância
Uma testemunha autêntica vive com integridade, refletindo o caráter de Cristo. Paulo afirma essa postura em suas cartas, e a pastora Sandra reiterou esse princípio como central para o ministério:
“A verdade é que nunca usamos de linguagem de bajulação, como sabeis, nem de intuitos gananciosos. Deus disto é testemunha [Martys].” (1 Tessalonicenses 2:5)“Vós e Deus sois testemunhas [Martys] do modo por que piedosa, justa e irrepreensivelmente procedemos em relação a vós outros que credes.” (1 Tessalonicenses 2:10)
O testemunho genuíno não busca ganho pessoal ou aprovação humana através de manipulação, mas serve a Deus em espírito (Romanos 1:9), deixando que Ele seja a testemunha da sinceridade do coração.
Correndo a Carreira: A Nuvem de Testemunhas (Hebreus 12)
O clímax da reflexão sobre o testemunho muitas vezes nos leva a Hebreus, capítulo 12:
“Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas [Martys], desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta.” (Hebreus 12:1)
Essa “nuvem de testemunhas” (os heróis da fé do capítulo 11) nos encoraja. O estudo comparou várias traduções (NVI, VFL, BLT, Católica, NBV, NTLH) para clarear o chamado: devemos nos livrar de tudo que nos atrapalha, nos torna lentos ou nos amarra – especialmente o pecado – para corrermos a corrida da fé focados em Jesus (Hebreus 12:2).
O Alerta Final: Permanecendo na Graça
O estudo concluiu com uma breve introdução ao próximo versículo (Gálatas 5:4), que alerta sobre o perigo de “cair da graça”. A pastora Sandra advertiu contra a tentação de retornar à lei, aos “rudimentos fracos”, pois isso significa ignorar a obra consumada de Cristo. O chamado é para permanecer na graça que reina por meio da justiça, e não sob o jugo do pecado e da morte (Romanos 5:21).
Conclusão: Vivendo Como Verdadeiras Testemunhas
Ser uma “Martys”, uma verdadeira testemunha de Cristo, transcende palavras. É um chamado para viver uma vida enraizada na verdade do Evangelho, capacitada pelo Espírito Santo, marcada pela integridade e perseverança. É entender o sacrifício supremo de Jesus, o Cordeiro de Deus, e correr a corrida da fé com os olhos fixos Nele, inspirados pela nuvem de testemunhas que nos precederam. Que possamos abraçar esse chamado e refletir a luz de Cristo em tudo o que fazemos.