Por Que a VERDADE gera INIMIGOS? O AMOR de JESUS | GÁLATAS 4:15-16

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Introdução: A Pergunta Incômoda de Paulo aos Gálatas
Você já se sentiu incompreendido ou até hostilizado por simplesmente dizer a verdade, especialmente a verdade do Evangelho? O apóstolo Paulo enfrentou essa situação com a igreja na Galácia. Em nosso recente estudo bíblico no podcast “Segundo o Espírito da Verdade do Evangelho“, conduzido pela Pastora Sandra Ribeiro, mergulhamos na profunda questão levantada em Gálatas 4:16: “Tornei-me, porventura, vosso inimigo, por vos dizer a verdade?”. Por que a luz da verdade divina muitas vezes encontra resistência no coração humano?
A Verdade Espiritual e a Mente Natural
A Pastora Sandra Ribeiro explicou que o cerne da questão reside na diferença entre a mente espiritual e a mente natural. Como está escrito, “o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1 Coríntios 2:14). Quando a Palavra de Deus, guiada pelo Espírito Santo, expõe aquilo que em nós desagrada a Deus – nossos padrões mundanos, nossos pecados ocultos – a nossa natureza carnal reage. Há um contraste inevitável entre a luz e as trevas. Aquele que está alinhado com os padrões do mundo, inevitavelmente se torna, em certo sentido, “inimigo” da verdade que o confronta.
Quem é o Nosso “Inimigo” Segundo Jesus?
Paulo usa a palavra grega echthrós para “inimigo”. Durante o estudo, analisamos as ocorrências dessa palavra, começando pelo Sermão do Monte. Jesus redefine radicalmente a antiga lei do “olho por olho”:
“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem;” (Mateus 5:43-44)
O Desafio de Amar o Inimigo
Amar quem nos odeia, quem nos persegue, quem se coloca como nosso adversário, parece humanamente impossível. No entanto, a Pastora destacou que este não é um amor sentimental, mas uma atitude, uma decisão de não retribuir o mal com o mal, de fazer o bem independentemente da reação do outro. Como Jesus ensina em Lucas 6:35:
“Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus.”
Essa capacidade de amar não vem de nós mesmos, mas é um fruto do Espírito Santo agindo em um coração transformado e alimentado pela Palavra genuína. Fazer o bem a quem nos trata mal é uma expressão poderosa do amor de Deus.
A Origem da Inimizade: A Semente Oculta
Jesus também usa a palavra echthrós para identificar o adversário espiritual. Na parábola do Joio e do Trigo (Mateus 13), Ele revela a origem da corrupção no mundo:
“mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo [echthrós] dele, semeou o joio no meio do trigo e retirou-se.” (Mateus 13:25)“Ele, porém, lhes respondeu: Um inimigo [echthrós] fez isso.” (Mateus 13:28)“O inimigo [echthrós] que o semeou é o diabo; a ceifa é a consumação do século, e os ceifeiros são os anjos.” (Mateus 13:39)
A Pastora Sandra explicou que este “inimigo” é Satanás, que desde o princípio semeou a semente da corrupção (simbolizada pela árvore do conhecimento do bem e do mal), levando a humanidade à queda e à inimizade natural contra Deus. Essa divisão espiritual pode se manifestar até mesmo dentro de nossas casas, como Jesus alertou: “Assim, os inimigos [echthrós] do homem serão os da sua própria casa.” (Mateus 10:36). Isso não é uma licença para brigar, mas um reconhecimento de que a conversão de um membro da família pode gerar atrito com aqueles que ainda vivem segundo a mentalidade das trevas, até que também sejam alcançados pela luz.
A Autoridade de Cristo e a Nossa Reconciliação
Apesar da ação do inimigo, a Palavra de Deus garante a vitória final do Senhor Jesus Cristo. Citando o Salmo 110, Jesus e os apóstolos afirmam que Ele se assentou à direita de Deus “Até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés.” (Mateus 22:44, Lucas 20:43, Atos 2:35). Além disso, Jesus nos deu autoridade sobre o adversário:
“Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo [echthrós], e nada, absolutamente, vos causará dano.” (Lucas 10:19)
A maior vitória, porém, é a nossa transformação. Pela natureza, éramos inimigos de Deus, alienados por causa do pecado que herdamos e praticamos. Mas Deus, em Seu imenso amor, proveu a reconciliação:
“Porque, se nós, quando inimigos [echthrós], fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida;” (Romanos 5:10)
Através de Jesus, deixamos de ser inimigos e nos tornamos filhos amados, livres da condenação.
A Prática da Verdade: Vencendo o Mal com o Bem
Como, então, viver essa verdade em nosso dia a dia, especialmente diante daqueles que se mostram hostis? O apóstolo Paulo nos dá a instrução final, ecoando os ensinamentos de Jesus:
“Pelo contrário, se o teu inimigo [echthrós] tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça.” (Romanos 12:20)
Não se trata de vingança, mas de demonstrar um caráter transformado, um amor que desarma e constrange, que reflete a bondade de Deus que brilha sobre justos e injustos. Essa atitude pode levar o opositor à reflexão e, quem sabe, ao arrependimento.
Conclusão: Firmados no Espírito da Verdade
Compreender por que a verdade gera inimizade e como responder a ela com amor é fundamental para a vida cristã. Não é um caminho fácil, mas é o caminho trilhado por Jesus e possibilitado pelo Espírito Santo em nós. Ao nos aprofundarmos nas Escrituras e permitirmos que o Espírito nos ilumine, somos capacitados a viver de forma diferente, a amar como Cristo amou e a sermos verdadeiras testemunhas do poder reconciliador do Evangelho.